segunda-feira, 21 de julho de 2008

BENTO XVI DESPEDE-SE DOS JOVENS RECORDANDO PROPOSTA DE MATRIMÔNIO

Que Deus fez a Maria na Anunciação

SYDNEY, domingo, 20 de julho de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI apresentou no momento de sua despedida aos jovens a Anunciação do anjo a Maria como uma proposta de matrimônio de Deus à Virgem, para a qual a jovem israelita respondeu «sim» em nome do gênero humano.
Deixou esta reflexão às 400 mil pessoas reunidas no hipódromo de Randwick, em Sydney, na conclusão da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O Papa apresentou Maria nesse momento que mudaria sua vida e a história da humanidade como «jovem mulher em diálogo com o Anjo que, em nome de Deus, A convida a uma particular doação de Si mesma, da sua vida, do seu próprio futuro de mulher e mãe».
«Podemos imaginar como deveria sentir-Se Maria naquele momento: cheia de trepidação, totalmente baralhada com a perspectiva que Lhe foi apresentada», explicou.
O Papa, que dedicou esta JMJ ao Espírito Santo recordou as palavras com as quais o anjo tentou acalmá-la: Não tenhas receio, Maria (…). O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a sua sombra».

«Foi o Espírito que Lhe deu a força e a coragem para responder ao chamamento do Senhor. Foi o Espírito que A ajudou a compreender o grande mistério que estava para se realizar por meio d’Ela. Foi o Espírito que A envolveu com o seu amor, tornando-A capaz de conceber no seu ventre o Filho de Deus», revelou o Pontífice.

Como um namoro

Para o bispo de Roma, «esta cena constitui talvez o momento cardinal na história do relacionamento de Deus com o seu povo».
«Ao longo do Antigo Testamento, Deus fora-Se revelando de forma parcial mas gradual, como todos fazemos nas nossas relações pessoais. Foi preciso tempo para que o povo eleito aprofundasse a sua relação com Deus. A Aliança com Israel foi uma espécie de período de galanteio, um longo namoro», disse.
Continuou em seguida dizendo: «Chegou depois o momento definitivo, o momento do matrimónio, a realização duma nova e eterna aliança. Naquele momento, Maria, diante do Senhor, representava toda a humanidade».
Na mensagem do anjo indicou: «era Deus que fazia uma proposta de matrimónio à humanidade; e Maria, em nosso nome, disse sim».

Por isso, o Papa fez um convite aos fiéis para «permanecer fiéis ao ‘sim’ com que acolhemos a oferta de amizade feita pelo Senhor».
«Sabemos que Ele nunca nos abandonará – afirmou –. Sabemos que sempre nos apoiará com os dons do Espírito. A «proposta » do Senhor, Maria acolheu-a em nosso nome».
Despedindo-se dos jovens o Papa se dirigiu a Maria para pedir que «nos guie no meio das dificuldades para permanecermos fiéis àquele relacionamento vital que Deus estabeleceu com cada um de nós».
«Maria é o nosso exemplo e a nossa inspiração. Que Ela interceda por nós junto do seu Filho e, com amor materno, nos proteja dos perigos!», concluiu.

PAPA ESPERA QUE JMJ SEJA NOVO PENTECOSTES

Pede que os jovens abram o coração ao Espírito Santo

SYDNEY, domingo, 20 de julho de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI espera que a Jornada Mundial da Juventude de Sydney concretize-se como um novo Pentecostes, uma vinda do Espírito Santo sobre os jovens, para que eles anunciem ao mundo Cristo ressuscitado, segundo o próprio pontífice confessou na missa de encerramento do evento.
À homilia dirigida aos 400 mil peregrinos, dedicada a falar do poder do Espírito, seguiu a confirmação de 24 jovens realizada pelo Papa, sendo doze de cada estado australiano e outros doze do restante do mundo.

O pontífice pôde se dar conta da quantidade de pessoas reunidas no hipódromo de Randwick, onde tinham passado a noite ao ar livre 225 mil jovens, ao sobrevoar de helicóptero a explanada antes da celebração eucarística.

Sob o sol de inverno austral, o bispo de Roma desejou: “Que o fogo do amor de Deus desça sobre os vossos corações e os encha, a fim de vos unir cada vez mais ao Senhor e à sua Igreja e enviar-vos, como nova geração de apóstolos, para levar o mundo a Cristo”.

O Santo Padre explicou aos rapazes e moças o que é o poder do Espírito Santo: “É o poder da vida de Deus. É o poder do mesmo Espírito que pairou sobre as águas na alvorada da criação e que, na plenitude dos tempos, levantou Jesus da morte. É o poder que nos conduz, a nós e ao nosso mundo, para a vinda do Reino de Deus”.

O bispo de Roma declarou que com o Evangelho de Jesus começou uma nova era, “na qual o Espírito Santo será derramado sobre a humanidade inteira”.
“Nesta grande assembleia de jovens cristãos vindos de todo o mundo, tivemos uma experiência concreta da presença e da força do Espírito na vida da Igreja”, constatou.
“Vimos a Igreja na profunda verdade do seu ser: Corpo de Cristo, comunidade viva de amor, que engloba pessoas de toda a raça, nação e língua, de todos os tempos e lugares, na unidade que brota da nossa fé no Senhor ressuscitado.”

No entanto, esclareceu, “esta força, a graça do Espírito, não é algo que possamos merecer ou conquistar; podemos apenas recebê-la como puro dom”.
“O amor de Deus pode propagar a sua força, somente quando lhe permitimos que nos mude a partir de dentro. Temos de O deixar penetrar na crosta dura da nossa indiferença, do nosso cansaço espiritual, do nosso cego conformismo com o espírito deste nosso tempo.”
“Só então nos será possível consentir-Lhe que acenda a nossa imaginação e plasme os nossos desejos mais profundos.”

Por isso, assegurou, “é tão importante a oração: a oração diária, a oração privada no recolhimento dos nossos corações e diante do Santíssimo Sacramento e a oração litúrgica no coração da Igreja”.

O Papa assegurou que o mundo e a Igreja têm necessidade desta renovação, pois “Em muitas das nossas sociedades, ao lado da prosperidade material vai crescendo o deserto espiritual: um vazio interior, um medo indefinível, uma oculta sensação de desespero”.
“Este é o dom grande e libertador que o Evangelho traz consigo: revela a nossa dignidade de mulheres e homens criados à imagem e semelhança de Deus; revela a sublime vocação da humanidade, que é a de encontrar a própria plenitude no amor; desvenda a verdade sobre o homem, a verdade sobre a vida.”

Mas “também a Igreja tem necessidade desta renovação”, reconheceu. ”Precisa da vossa fé, do vosso idealismo e da vossa generosidade, para poder ser sempre jovem no Espírito”.
“Abri o vosso coração a esta força. Dirijo este apelo de forma especial àqueles que o Senhor chama à vida sacerdotal e consagrada. Não tenhais medo de dizer o vosso «sim» a Jesus, de encontrar a vossa alegria na realização da sua vontade, entregando-vos completamente para chegardes à santidade e pondo os vossos talentos a render para o serviço dos outros.”

PAPA CITA SANTO AGOSTINHO PARA EXPLICAR ESPÍRITO SANTO


Oferece uma explanação teológica da Trindade

SYDNEY, domingo, 20 de julho de 2008 (ZENIT.org).
- Com a ajuda de S. Agostinho, Bento XVI dá uma breve aula de teologia sobre a terceira pessoa da Santíssima Trindade na vigília de sábado da Jornada Mundial da Juventude, no hipódromo de Randwick, em Sydney.

O Espírito Santo «tem sido, de variadas maneiras, a Pessoa esquecida da Santíssima Trindade», disse o Papa aos jovens. «Uma clara noção d’Ele parece estar quase fora do nosso alcance».
O Pontífice relembrou que era criança quando ouviu falar do Espírito Santo, mas nunca conseguiu entender a terceira pessoa da Trindade até se tornar um sacerdote e começar a estudar os escritos de S. Agostinho.
Ele disse que o entendimento de Agostinho sobre o Espírito Santo também se «desenvolveu gradualmente», e «foi uma luta».

O Santo Padre falou que o teólogo teve «três intuições particulares relativas ao Espírito Santo enquanto vínculo de unidade no seio da Santíssima Trindade: unidade como comunhão, unidade como amor duradouro, unidade como doador e dom.
«Estas três intuições – disse o Papa – não são meramente teóricas; ajudam a explicar como age o Espírito».

«Num mundo em que tanto os indivíduos como as comunidades sofrem muitas vezes por falta de unidade e coesão, tais intuições ajudam-nos a permanecer sintonizados com o Espírito e a alargar e esclarecer o âmbito do nosso testemunho».
Unidade
Bento XVI explicou que a primeira intuição de Santo Agostinho vem da reflexão sobre as palavras «Santo» e «Espírito», que «dizem respeito àquilo que pertence à natureza divina».
«Em outras palavras», ele acrescenta, «àquilo que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho na sua comunhão».
«De facto, só na vida de comunhão é que a unidade subsiste e a identidade humana se realiza plenamente: reconhecemos a necessidade comum de Deus, correspondemos à presença unificadora do Espírito Santo e damo-nos reciprocamente servindo uns aos outros».

Amor
Bento XVI ainda falou sobre a segunda intuição do santo de Hipona, o Espírito Santo como amor que permanece.
Na primeira carta de João, capítulo 1, versículo 16 está escrito que «Deus é amor», acrescentou o Papa. «Agostinho sugere que estas palavras, embora referindo-se à Trindade no seu todo, também se devem entender como expressão duma característica particular do Espírito Santo».
O pontífice explica: «Reflectindo sobre a natureza permanente do amor – quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele’ – Agostinho interroga-se: é o amor ou o Espírito que garante o dom duradouro?»
Citando a obra do santo «De Trinitate», o Santo Padre reflete na conclusão do teólogo: «O Espírito Santo faz-nos habitar em Deus e Deus em nós; mas é o amor que causa tudo isto. Portanto, o Espírito é Deus enquanto amor».
«É uma explicação magnífica», exclama o bispo de Roma. «Deus compartilha-Se como amor no Espírito Santo».
Bento XVI reflete ainda: «O amor é o sinal da presença do Espírito Santo. As ideias ou as palavras que carecem de amor – ainda que se apresentem sofisticadas ou sagazes – não podem ser ‘do Espírito’.»
«Além disso, o amor apresenta um traço particular: longe de ser permissivo ou volúvel, tem uma missão ou um objectivo a realizar que é o de permanecer. Por sua natureza, o amor é duradouro.»
«Mais uma vez, queridos amigos», diz o Papa, «podemos dar uma vista de olhos àquilo que o Espírito Santo oferece ao mundo: amor que dissolve a incerteza; amor que supera o medo da traição; amor que traz em si a eternidade; o verdadeiro amor que nos introduz numa unidade que permanece!»

Dom

Bento XVI disse que a terceira intuição de Santo Agostinho – o Espírito Santo como dom – deriva do relato evangélico da conversa de Cristo com a mulher samaritana junto ao poço.
«Aqui Jesus revela-Se como o dador de água viva, que em seguida será especificada como sendo o Espírito», explica.
Citando o Evangelho de João o bispo de Roma diz que «O Espírito é ‘o dom de Deus’ – a fonte interior – que sacia verdadeiramente a nossa sede mais profunda e nos conduz ao Pai».
Com base ainda na obra «De Trinitate», o Santo Padre explica que «Agostinho conclui que o Deus que Se concede a nós como dom é o Espírito Santo».
O Pontífice continua: «Amigos, uma vez mais lancemos um olhar sobre a Trindade em acção: o Espírito Santo é Deus que eternamente Se dá; como uma nascente perene, Ele oferece-Se precisamente a Si mesmo».
«Observando este dom incessante, chegamos a ver os limites de tudo o que perece, a loucura duma mentalidade consumista. De forma particular, começamos a compreender por que motivo a busca de novidade nos deixa insatisfeitos e desejosos de algo diferente.»
«Porventura não andamos nós à procura de um dom eterno? À procura da fonte que jamais se exaurirá? Com a samaritana exclamemos: Dá-me desta água, para que eu não sinta mais sede!»
«Jovens caríssimos» – continua o Papa –, «vimos que é o Espírito Santo quem realiza a maravilhosa comunhão dos crentes em Cristo Jesus. Fiel à sua natureza de dador e simultaneamente de dom, agora Ele está a actuar por meio de vós. Inspirados pelas intuições de Santo Agostinho, fazei com que o amor unificante seja a vossa medida; o amor duradouro seja o vosso desafio; o amor que se dá a vossa missão».

Realidade

Bento XVI disse aos jovens que «há momentos, porém, em que nos podemos sentir tentados a procurar certas satisfações fora de Deus», e fez a mesma pergunta que Cristo fez aos doze Apóstolos: «Também vós quereis retirar-vos?»
«Talvez um tal afastamento ofereça a ilusão da liberdade. Mas onde nos leva? Para quem havemos nós de ir? De facto, em nossos corações, sabemos que só o Senhor tem ‘palavras de vida eterna’.»

Citando Agostinho, Bento XVI diz que «o afastamento d’Ele é só uma tentativa vã de fugirmos de nós mesmos».
«Deus está connosco, não na fantasia, mas na realidade da vida», disse o Papa. «O que temos de procurar é enfrentar a realidade, não fugir dela. Por isso, o Espírito Santo atrai-nos delicada mas resolutamente para aquilo que é real, duradouro, verdadeiro. É o Espírito que nos reconduz à comunhão com a Trindade Santíssima!»


ESPÍRITO SANTO É GUIA SILENCIOSO PARA A GRANDEZA E A UNIDADE, DIZ PAPA BENTO XVI NO JMJ


Espírito Santo é guia silencioso para a grandeza e a unidade, diz Papa

"A vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”
SYDNEY, domingo, 20 de julho de 2008 (Zenit.org).- Apesar de não ser fácil entender o papel do Espírito Santo na vida de cada um, Bento XVI disse que se pode ter certeza de que o Espírito é um guia silencioso no caminho da unidade e da reconciliação.
As palavras do pontífice ecoaram no hipódromo de Randwick, na noite desse sábado, durante a vigília com os jovens.
O pontífice disse que as palavras de Cristo tomadas como tema da JMJ2008 -- "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas" -- “foram precisamente as últimas que Jesus pronunciou antes da sua ascensão ao céu”.
“O que é que sentiram os Apóstolos ao ouvi-las, podemos apenas imaginá-lo”, disse Bento XVI. “Mas sabemos que o seu amor profundo a Jesus e a confiança que tinham na sua palavra os impeliu a reunirem-se e a aguardarem; não a aguardar sem um objetivo, mas juntos, unidos na oração, com as mulheres e com Maria na sala de cima”.
“Nesta noite, nós fazemos o mesmo. Reunidos diante da nossa Cruz que muito peregrinou e do ícone de Maria, sob o esplendor celeste da constelação do Cruzeiro do Sul, rezamos.”
O pontífice disse que reza pelos jovens de todos os cantos do mundo. “Deixai-vos inspirar pelo exemplo dos vossos Santos Patronos. Acolhei no vosso coração e na vossa mente os sete dons do Espírito Santo. Reconhecei e acreditai na força do Espírito Santo em vossa vida”.

O Papa destacou que não é fácil “conhecer a pessoa do Espírito Santo e a sua presença vivificante na nossa vida”.
Com efeito --prosseguiu--, “a variedade de imagens que encontramos na Escritura relativas ao Espírito Santo – vento, fogo, sopro – são sinal da nossa dificuldade em exprimir uma noção articulada sobre Ele”.
“E todavia sabemos que é o Espírito Santo, silencioso e invisível, quem proporciona orientação e definição ao nosso testemunho sobre Jesus Cristo.”O mundo, disse Bento XVI, “sob muitos aspectos, é frágil”. “A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tornam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito humano acaba quase totalmente esmagado pela exploração e o abuso das pessoas”.
Ele prosseguiu: “a sociedade contemporânea está a sofrer um processo de fragmentação por causa dum modo de pensar que é, por sua natureza, de visão curta, porque transcura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós”.
“Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o quadro inteiro. Ignora aqueles mesmos princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na unidade, na ordem e na harmonia.”
A resposta a esta fragmentação é a unidade, mas o Papa recordou aos peregrinos que “a unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas com os nossos esforços. [...] Somente em Deus e na sua Igreja, podemos encontrar aquela unidade que procuramos”.
E todavia, apesar de vermos as imperfeições e desilusões a nível individual e institucional, às vezes somos tentados a construir artificialmente uma comunidade «perfeita». Não se trata de uma tentação nova. A história da Igreja contém muitos exemplos de tentativas para contornar ou saltar por cima das fraquezas e falimentos humanos a fim de se criar uma unidade perfeita, uma utopia espiritual.
“É o Espírito que guia a Igreja pelo caminho da verdade total e a unifica na comunhão e nos atos do ministério”, disse o Santo Padre. “Infelizmente persiste a tentação de «seguir em frente sozinho»”.
“Alguns falam da sua comunidade local como de algo separado da chamada Igreja institucional, descrevendo a primeira como flexível e aberta ao Espírito e a segunda como rígida e privada do Espírito.”
“Permanecei vigilantes. Procurai saber ouvir”, exortou. “Conseguis vós ouvir, através das dissonâncias e divisões do mundo, a voz concorde da humanidade? Desde a criança abandonada de um campo no Darfur, a um adolescente confuso, a um pai em ânsias numa periferia qualquer, ou talvez neste preciso momento das profundezas do vosso coração eleva-se o mesmo grito humano que anela por um reconhecimento, por uma integração, pela unidade”.
O pontífice recordou aos jovens peregrinos que é Espírito Santo “quem poderá satisfazer este desejo humano essencial de ser alguém, viver imerso na comunhão, ser edificado, ser guiado para a verdade”.
“Esta é a sua função”, prosseguiu, “levar a termo a obra de Cristo. Enriquecidos pelos dons do Espírito, vós tendes a força de ultrapassar as visões parciais, a utopia vã, a precariedade fugaz e oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão”.
“Nesta noite, reunidos aqui sob a beleza deste céu noturno, os nossos corações e as nossas mentes estão repletas de gratidão a Deus pelo grande dom da nossa fé na Trindade”, disse Bento XVI. “Recordamos os nossos pais e avós que caminharam ao nosso lado quando – éramos nós crianças – sustentaram os primeiros passos do nosso caminho de fé”.
“Agora, passados muitos anos, eis-vos aqui reunidos como jovens adultos ao redor do Sucessor de Pedro. Inunda-me uma profunda alegria por estar convosco. Invoquemos o Espírito Santo: é Ele o artífice das obras de Deus. Deixai que os seus dons vos plasmem.”
O Santo Padre afirmou que os peregrinos são “chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte”.
“Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor”, comentou o Papa. “No fim de contas, a vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”.
“Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer abertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimento, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza.”
ZP08072009 - 20-07-2008Permalink: http://www.zenit.org/article-19103?l=portuguese

sábado, 5 de julho de 2008

Peregrinação Missionária Nacional a Fátima


Santuário de Fátima recebe peregrinação de todos os Institutos Missionários Ad Gentes de Portugal nos dias 5 e 6 de Julho.
Realiza-se nos dias 5 e 6 de Julho a II Peregrinação Missionária Nacional a Fátima. Promovida pelos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), a peregrinação tem por tema “Portugal, vive a missão, rasga horizontes”, tendo por objectivo reunir na mesma ocasião as famílias de congregações missionárias, que habitualmente peregrinam a Fátima em dias diferentes. Esta Peregrinação Nacional prepara também o Congresso Missionário que, entre os dias 3 e 7 de Setembro, estuda a mesma temática.

O Presidente dos IMAG, Pe. Manuel Sabença, lembra à Ecclesia que a peregrinação a Fátima recria o espírito do anúncio: “a missão é movimento, é dinamismos, é ir ao encontro dos povos, das pessoas que não conhecem Jesus”. É nesta perspectiva que os institutos missionários lançam a proposta à Igreja em Portugal, com o objectivo de envolver um número crescente de pessoas e instituições na causa missionária. Desejo expresso pela provincial das missionárias combonianas, que integra também a equipa coordenadora desta peregrinação: “eu espero que as paróquias estejam todas envolvidas neste processo de peregrinação e que as paróquias sejam mais animadas missionariamente. É isto que espero que aconteça.

Na perspectiva da realização em Portugal do Congresso Missionário, esta pode ser a ocasião para lançar, “um espírito missionário novo”, que inclua paróquias, dioceses e tenha “expressões novas no futuro”. É o desejo do Director da Revista Além-Mar: estas iniciativas podem ser “um espaço, um laboratório onde se mexe com as ideias para procurar criar esse grande movimento na igreja portuguesa”
Para o Pe. Manuel Durães Barbosa, esse é um dos objectivos da Peregrinação e do Congresso: “fazer com que as pessoas se envolvam mais e sejam mais motivadas para esta dimensão da Igreja”. Porque a Igreja é por natureza missionária”, sublinha o Director Nacional das Obras Missionárias Pontifícias em Portugal.
Programa

Preside à II Peregrinação Missionária Nacional a Fátima D. António Couto, Presidente da Comissão Episcopal das Missões. A Missa de Domingo, às 11h00, será presidida por Mons. Jean Louis Bruguès, Arcebispo de Angers - França e Secretário da Congregação para a Educação Católica.

Integrada na Peregrinação, estará patente ao público, na zona da Reconciliação da Igreja da Santíssima Trindade, uma Exposição Missionária que apresentará em 42 painéis, cada um dos Institutos Missionários Ad Gentes.

Dia 5 (Sábado)
17H00 - Celebração Missionária
local: Igreja da Santíssima Trindade
- Saudação
- Oração Missionária
- Eucaristia
21H30 – Recitação do Terço e Procissão
23H00 – Vigília Vocacional ( Ig. St. Trindade )
Dia 6 (Domingo)
10H00 – Recitação do Terço
11H00 – Eucaristia
15H00 – 17H00 - Sessão Missionária
Local: Auditório Paulo VI
Nacional Agência Ecclesia 04/07/2008 17:57 2777 Caracteres 143 Missões

sexta-feira, 27 de junho de 2008

PRONTO ESTÁ MEU CORAÇÃO (Madre Josefa, SSpS)

Nós, Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo estamos a preparar a beatificação da Madre Josefa (Hendrina Stenmanns), uma das primeiras Servas do Espírito Santo que juntamente com Helena Stollenwerk e outras jovens foram os alicerces da segunda Congregação fundada por S. Arnaldo Janssen. Para conhecer melhor a sua vida e preparar interiormente este evento a Congregação está a celebrar o Ano da Madre Josefa. Uma das frases que resumem melhor a vida da Madre Josefa Stenmanns é: “Pronto está o meu coração”. Nos últimos anos da sua vida escreveu a uma das Irmãs: “Rezemos cada dia: Pronto está o meu coração, oh Deus, pronto está meu coração”.

Hendrina Stenmanns nasceu no dia 28 de Maio de 1852, em Issum, no Baixo Reno (Alemanha). Dos 6 aos 14 anos de idade frequentou a escola, mas antes de acabar o último ano teve que deixá-la para ajudar a cuidar da casa e dos irmãos menores. Mesmo com muito trabalho procurava a busca de Deus e a prática das virtudes. Visitava os doentes e, como a sua amabilidade e delicadeza eram grandes, todos os doentes queriam tê-la perto.

A mãe faleceu quando tinha 26 anos. Hendrina prometera por de lado seus desejos pessoais e ficar com o pai para cuidar dos irmãos e irmãs. Fechavam-se todas as portas para ela, frustrando seus planos e desejos pessoais. Não se notava uma única palavra de queixa ou lamentação. Assumia a situação como era e como sua tarefa.

O CORAÇÃO NO CÉU

Hendrina tinha os dois pés no chão, mas, permeando e transparecendo em tudo o que fazia, estava o amor do coração firmemente ancorado em Deus. Deus era o sustento de sua vida, o que via quase como algo natural. Na Missa e Comunhão experimentava a confirmação desta presença. Anos depois veio a conhecer a obra missionária de Steyl e duas jovens que lá trabalhavam como empregadas na esperança que um dia seria fundada uma congregação feminina. Hendrina sentiu que era lá o seu lugar. O padre Arnaldo aceitou o pedido de Hendrina e, em 1884, partiu para Steyl. O dia 8 de Dezembro de 1889 é considerado o “Dia da Fundação” da Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo e ela, com mais cinco companheiras, entre elas Helena Stollenwek, foram recebidas como postulantes.

O pároco de Issum, Pe. Veels, conhecia a disposição eucarística de Hendrina. Em Janeiro de 1884 escreveu a Arnaldo Janssen que poderia dar-lhe “as melhores recomendações em todos os sentidos. Ela sempre teve o desejo de entrar na vida religiosa.... por muitos anos se confessa semanalmente e, apesar de morar a mais de 15 minutos de caminhada da igreja e ter de cuidar da casa, participa diariamente da santa Missa”. Não era comum uma jovem com a carga de trabalho de Hendrina Stenmanns levar uma vida espiritual tão intensa.

Para o pequeno grupo em Steyl, célula germinativa da futura Congregação de Irmãs, a Eucaristia era fonte de força no trabalho diário e pesado na cozinha durante os anos na Casa Missionária. Poderíamos dizer que as empregadas viviam um “círculo Eucarístico”: da Missa de manhã, onde frequentemente recebiam a santa Comunhão, para a meia hora de oração ao meio dia, para a Bênção do Santíssimo Sacramento à tarde. A antecipação destes ‘auxílios espirituais’ diários permeava e animava a sua vida diária.

No dia 17 de Janeiro de 1892, recebeu o hábito religioso e o nome de Irmã Josefa. Dia 12 de Março de 1894, com onze companheiras, finalmente pôde emitir os primeiros votos religiosos. Faleceu a 20 de Maio de 1903.

Missionárias SSpS Ir. Mechtilde Berger, SSpS 16/05/2006 21:40 4547 Caracteres

Madre Josefa, SSpS

GUIADA PELO ESPÍRITO... APAIXONADA PELO EVANGELHO.

No dia 29 de Junho de 2008, em Tegelen na Holanda, vai ser beatificada a Irmã Josefa (Hendrina Stenmans) co-fundadora das Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS). Hendrina nasceu a 28 de Maio de 1852 na pequena povoação de Issum, na Alemanha. Era a mais velha de sete irmãos e, após a morte prematura da mãe, assumiu a responsabilidade de cuidar de toda a família. Na sua aldeia, a pobreza atingia vastas camadas da população e, assim, desde criança, Hendrina aprendeu a ser sensível ao sofrimento dos pobres e a repartir os bens com eles. Tendo sido obrigada a crescer e a amadurecer através da responsabilidade pelo cuidado e dedicação à sua família, Hendrina aprendeu desde muito cedo a esquecer-se de si mesma e a ir ao encontro das necessidades dos outros.

Hendrina vivia uma vida de grande proximidade com Deus, tendo sentido desde jovem o desejo de entregar a sua vida como religiosa; no entanto, a responsabilidade pela sua família e a situação política do país não lho permitiam. Sofreu e esperou silenciosamente enquanto ia dedicando a sua vida à sua família e a todos os que dela necessitavam. Depois de vários anos de paciente espera, Hendrina tomou conhecimento da Congregação dos Missionários do Verbo Divino (SVD) fundada pelo P. Arnaldo Janssen e pediu para ser admitida como empregada da nova Casa Missionária de Steyl. Na sua carta referia: “Nada mais desejo do que, com a graça de Deus, tornar-me a última e sacrificar-me pela obra da propagação da fé!”. Hendrina foi admitida em Steyl em Fevereiro de 1884, iniciando o trabalho de auxiliar de cozinha com outras companheiras.

Arnaldo sentia que Deus lhe pedia para fundar uma congregação feminina, cujo objectivo primeiro era acompanhar o trabalho dos Missionários do Verbo Divino nas missões ad gentes, especialmente através do serviço e presença junto das mulheres e crianças. Hendrina e as suas companheiras, no entanto, tiveram de esperar pacientemente durante vários anos até poderem realizar o sonho de serem irmãs missionárias. O sonho começou a tornar-se realidade a 8 de Dezembro de 1889, data da fundação das Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS). Não foi por acaso que Hendrina escreveu mais tarde: “procedam lentamente, a obra de Deus não pode ser apressada!” Em Março de 1894, dia da primeira profissão religiosa de 12 Irmãs, Hendrina recebeu o nome de Irmã Josefa e comprometeu-se a “nada procurar a não ser a vontade de Deus!”

Apenas quatro anos após a fundação, a Irmã Josefa foi nomeada Superiora da nova Congregação, a qual cresceu rapidamente. Em 1895 foram enviadas as primeiras irmãs para a Argentina; nos anos seguintes, partiram irmãs para o Togo, Papua Nova Guiné, Estados Unidos e Brasil. Hoje, as Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS) estão em 46 países. Em Portugal estão presentes em Casal de Cambra e Odivelas.

A Madre Josefa faleceu a 20 de Maio de 1903, vítima de doença grave, deixando para trás uma vida marcada pela simplicidade, compaixão, oração constante, alegria, liberdade interior, espírito de discernimento e um grande amor ao Espírito Santo. Este amor ficou evidente nas suas últimas palavras às Irmãs: “A respiração de uma Serva do Espírito Santo deve ser “vem, Espírito Santo”.

As Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS) estão chamadas a viver e alimentar uma experiência de intimidade com Jesus; a partilhar a vida e a fé em comunidades internacionais e a ser expressão (rosto) da ternura e compaixão de Deus no mundo de hoje. Hoje, unidas à Igreja universal e ao povo a quem servem, querem celebrar a acção da graça de Deus na vida de Hendrina Stenmans, aliás, Irmã Josefa.


MILAGRE

O milagre que possibilitou a beatificação de Madre Josefa aconteceu no Brasil, no município de Poço das Antas, Rio Grande do Sul, no dia 23 de março de 1985 com o jovem Valdir Bender, na época com 19 anos. Valdir estava a trabalhar quando, no dia 7 de março de 1985, teve uma crise de apendicite aguda. Procurou o médico da firma e este deu-lhe um remédio e disse-lhe que poderia voltar ao trabalho. A dor continuou e ele procurou o hospital. Foi operado e recebeu alta, mas continuava a sentir fortes dores e não conseguia alimentar-se. Voltou ao hospital, retirou os pontos, tomou a medicação prescrita, mas em vez de melhorar, só piorava. Como não aguentasse mais a dor, foi para Poço das Antas e iniciou o tratamento com o médico Júlio Martinez Marchena.

No dia 22 de março foi internado com uma infecção abdominal e no dia seguinte submetido à nova cirurgia, que constatou que o seu intestino delgado havia sido suturado junto com a parede abdominal. O estado era gravíssimo e o médico alertara seus pais que não havia muita esperança. Após a cirurgia o quadro clínico de Valdir agravou-se e ele entrou em agonia. Foram tomadas todas as providências possíveis, mas ele não reagiu e o médico avisou a família que a sua situação era irreversível. Foi neste momento que aconteceu o milagre. Enquanto a enfermeira procurava o padre para que lhe desse a unção dos enfermos, fez uma prece fervorosa pedindo a Madre Josefa que alcançasse de Deus a saúde para Valdir.

Contra todas as evidências da medicina, Valdir voltou à consciência e a partir daí começou a melhorar. O próprio médico admitiu que sua recuperação só pode ser explicada por uma intervenção divina. Hoje, mais de 20 anos depois, Valdir está casado, tem filhos e afirma que recuperou totalmente e que hoje tem uma veneração especial à madre Josefa porque seus pais, a enfermeira e a irmã pediram sua intercessão.

(SSpS World NEWS)