domingo, 5 de fevereiro de 2012

1 Cor 9,16-19.22-23

Irmãos:Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória,é uma obrigação que me foi imposta.Ai de mim se não anunciar o Evangelho!Se o fizesse por minha iniciativa,teria direito a recompensa.Mas, como não o faço por minha iniciativa,desempenho apenas um cargo que me está confiado.Em que consiste, então, a minha recompensa?Em anunciar gratuitamente o Evangelho,sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere.Livre como sou em relação a todos,de todos me fiz escravo,para ganhar o maior número possível.Com os fracos tornei-me fraco,a fim de ganhar os fracos.Fiz-me tudo para todos,a fim de ganhar alguns a todo o custo.E tudo faço por causa do Evangelho,para me tornar participante dos seus bens.
Palavra do Senhor

O princípio fundamental que orienta a vida deste homem, apaixonado por Cristo e pelo Evangelho, não é a própria liberdade, a afirmação dos próprios direitos ou a defesa dos próprios interesses, mas o amor a Cristo e ao Evangelho. Por amor, ele renunciou aos seus direitos e fez-se “servo de todos” (vers. 19); por amor, ele renunciou aos seus próprios interesses e perspectivas pessoais e identificou-se com os fracos, fez-se “tudo para todos” (vers. 22-23). O que é fundamental, o que é decisivo, o que é absoluto na vida de Paulo é o amor. Evidentemente, sugere Paulo, deve ser esse o princípio fundamental que condiciona todas as opções e comportamentos dos cristãos.

• Em geral, a nossa sociedade é muito sensível aos direitos individuais e valoriza muito a liberdade. Trata-se, sem dúvida, de uma das dimensões mais significativas e mais positivas da cultura do nosso tempo… Contudo, os próprios direitos ou a própria liberdade não são valores absolutos… Aliás, a afirmação intransigente dos próprios direitos e da própria liberdade pode resultar, por vezes, em prejuízo para os outros irmãos… Para o cristão, o valor realmente absoluto e ao qual tudo o resto se deve subordinar é o amor. O cristão sabe que, em certas circunstâncias, pode ser convidado a renunciar aos próprios direitos e à própria liberdade, porque a caridade ou o bem dos irmãos assim o exigem.

O amor é, para o cristão, o “bem maior”, em vista do qual ele pode renunciar a “bens menores”. O discípulo de Jesus não pode impor os seus direitos a qualquer preço, sobretudo quando esse preço implica desprezar os irmãos.

• A expressão “ai de mim se não anunciar o Evangelho” traduz a atitude de quem descobriu Jesus Cristo e a sua proposta e sente a responsabilidade por passar essa proposta libertadora aos outros homens. Implica o dom de si, o esquecimento dos seus interesses e esquemas pessoais, para fazer da sua vida um dom a Cristo, ao Reino e aos outros irmãos. Que eco é que esta exigência encontra no nosso coração? O amor a Cristo e aos nossos irmãos sobrepõe-se aos nossos esquemas e programas pessoais e obriga-nos a sentirmo-nos comprometidos com o Evangelho e com o testemunho do Reino proposto por Jesus?

O serviço do Evangelho e dos irmãos não pode ser, nunca, uma instalação numa vida fácil, descomprometida, cómoda, pouco exigente. Aquele que dedica a sua vida ao serviço do Reino não é um funcionário público, com um horário pouco exigente e um salário agradável, que cumpre as suas horas de serviço, que resolve os problemas “burocráticos” que a “profissão” exige e que se retira comodamente para o seu mundo isolado, em paz com a sua consciência… Mas é alguém que põe o amor aos irmãos e à comunidade acima de tudo, que está sempre disponível para servir, que é capaz de renunciar até aos seus tempos de descanso para acompanhar os irmãos, para os escutar, para os acolher. Para o discípulo de Jesus, o amor deve, sempre, estar acima dos próprios interesses e tornar-se dom, serviço, entrega total.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Oração «Contempla com Coração»

A Contemplação do Coração

É olhar a vida por dentro com os olhos da alma e a luz da fé;
é o descansarmos na confiança
de estarmos a ser amados neste preciso momento;
é o deixarmos que Deus nos sussurre baixinho:
“ainda que tenhas de passar pelo fogo
Nada temas porque Eu estou contigo”;
É o acreditar na realidade divina que se esconde
Sob a frágil humanidade da nossa existência.

A Contemplação do Coração
É a leitura gozosa do Evangelho
Que Deus vai escrevendo com a vossa vida;
É a bênção da Presença de deus feita “nova encarnação”
E manifesta em nosso ser como nova criação;
É abrir para o alto as asas do entendimento
E acolher de Deus a luz que nos converte em sacramento.

A Contemplação do Coração
Não se dá em nenhum momento
Porque ela é vida momento após momento;
Ela resgata-nos do sem sentido
E faz-nos sentir de Deus o Amor de Filho querido;
É um eterno enamoramento,
Para o qual Deus espera o nosso consentimento.

A Contemplação do Coração
É o que tem faz saber que Deus é um só contigo,
Feito carne no teu ser…
Faz sacramento do teu viver,
Celebra o memorial da contemplação
E verás os frutos amadurecer em fecundidade de oração.
Deixa que Deus te consagre em cada amanhecer,
Porque só assim saberás o que é a Deus pertencer.

Contempla com o Coração
Tudo o que te acontecer,
Porque um dia verás
Que era a Trindade que te estava a envolver.
Contempla com o Coração
E verás a beleza de deus em ti florescer!

(Semana da Vida Consagrada)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

4º Domingo do Tempo Comum - Ano B

EVANGELHO – Mc 1,21-28
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Jesus chegou a Cafarnaume quando, no sábado seguinte, entrou na sinagogae começou a ensinar,todos se maravilhavam com a sua doutrina,porque os ensinava com autoridadee não como os escribas.Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro,que começou a gritar:«Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?Vieste para nos perder?Sei quem Tu és: o Santo de Deus».Jesus repreendeu-o, dizendo:«Cala-te e sai desse homem».O espírito impuro, agitando-o violentamente,soltou um forte grito e saiu dele.Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros:«Que vem a ser isto?Uma nova doutrina, com tal autoridade,que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!»E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte,em toda a região da Galileia.

Palavra da Salvação


O “homem com um espírito impuro” representa todos os homens e mulheres, de todas as épocas, cujas vidas são controladas por esquemas de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de medo, de exploração, de exclusão, de injustiça, de ódio, de violência, de pecado. É essa humanidade prisioneira de uma cultura de morte, que percorre um caminho à margem de Deus e das suas propostas, que aposta em valores efémeros e escravizantes ou que procura a vida em propostas falíveis ou efémeras. O Evangelho de hoje garante-nos, porém, que Deus não desistiu da humanidade, que Ele não Se conforma com o facto de os homens trilharem caminhos de escravidão, e que insiste em oferecer a todos a vida plena.

Para Marcos, a proposta de Deus torna-se realidade viva e actuante em Jesus. Ele é o Messias libertador que, com a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as suas acções, vem propor aos homens um projecto de liberdade e de vida. Ao egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha; ao orgulho e à auto-suficiência, Ele contrapõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele propõe a tolerância e a misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites; ao medo, Ele contrapõe a liberdade; à morte, Ele contrapõe a vida. O projecto de Deus, apresentado e oferecido aos homens nas palavras e acções de Jesus, é verdadeiramente um projecto transformador, capaz de renovar o mundo e de construir, desde já, uma nova terra de felicidade e de paz. É essa a Boa Nova que deve chegar a todos os homens e mulheres da terra.

Os discípulos de Jesus são as testemunhas da sua proposta libertadora. Eles têm de continuar a missão de Jesus e de assumir a mesma luta de Jesus contra os “demónios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu e lutar, se necessário até ao dom total da vida, por um mundo mais humano, mais livre, mais solidário, mais justo, mais fraterno. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm a grave responsabilidade de lutar, objectivamente, contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.

O texto refere o incómodo do “homem com um espírito impuro”, diante da presença libertadora de Jesus. O pormenor faz-nos pensar nas reacções agressivas e intolerantes – por parte daqueles que pretendem perpetuar situações de injustiça e de escravidão – diante do testemunho e do anúncio dos valores do Evangelho. Apesar da incompreensão e da intolerância de que são, por vezes, vítimas, os discípulos de Jesus não devem deixar-se encerrar nas sacristias, mas devem assumir corajosamente e de forma bem visível o seu empenho na transformação das realidades políticas, económicas, sociais, laborais, familiares.

A luta contra os “demónios” que desfeiam o mundo e que escravizam os homens nossos irmãos é sempre um processo doloroso, que gera conflitos, divisões, sofrimento; mas é, também, uma aventura que vale a pena ser vivida e uma luta que vale a pena travar. Embarcar nessa aventura é tornar-se cúmplice de Deus na construção de um mundo de homens livres.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Third Sunday in Ordinary Time





January 22, 2012




Jonah 3:1-5, 10; Psalm 25; 1 Corinthians 7:29-31; Mark 1:14-20


In Mark's Gospel, Jesus begins his public ministry by doing two important tasks: he preaches the King of God is at hand now and then he calls his first disciples. Jesus first encounters Simon Peter and his brother Andrew actively casting their fishing nets into the sea; together they come upon the Zebedee sons, James and John who were mending their nets. To show the immediacy of the present moment, Jesus asks the men to leave their profession behind to help him proclaim God's good news.


Paul's first letter to the Corinthians reveals the haste of taking care of the present time. Time is of great importance and we are to use our time well, which means that we have to decide our greatest priorities. The first reading from Jonah reminds us that our response to the call of Jesus may be fraught with challenging tasks that we would not choose to do one our own. Jonah was given the thorny work of asking the Ninevites to repent from their sinful ways so God will spare them. To Jonah's surprise, they took his prophetic advice by repenting and turning towards God. Jonah relented too.


A problem that arises with these Gospel call narratives is that we see them as complete divinely predetermined choices by God through Jesus. We see them as single incidences that are once and for all settled. This precludes us from looking at them as a model for the way Christ personally calls us or to see the evolving nature of one's call. Christ is always calling us into deeper relationship. It is never one and done.


A call to discipleship is first a call to be in relationship with Jesus. Just as we grow in our human friendships, our friendship with Jesus progresses. Since each of us is unique, we cannot anticipate the ways it will grow because we bring a particular expression to it. We learn the ways we respond to one another and come to respect each other's boundaries. Jesus invites us successively into a greater commitment to him as we allow him to commit his fidelity to us. We grow together. We have our ups and downs. We learn how to navigate through the language of our relationship.

Many people identify with Peter because he seems so like us. It is because he was fully human. We note the ways he excelled and failed with Jesus. At his first encounter with Jesus, he learned that he was an honorable man with great wisdom. Through his experience of connecting with Jesus, he was able to see the divinity in him because he was a wonder-worker, a scribe with unparalleled authority, and a man whose prayer kept him close to God, whom he called Abba. Knowledge of the identity of Jesus came about through his continued experience of him.


I find it helpful to ask people to consider how their relationship with Christ matured over the years. Just like the early disciples, we hold questions about Jesus that we are reluctant to ask. We withhold information and stories from him that determine our trust levels. We have to ask, "Am I growing in freedom, humility, honesty, and freedom in my life with Christ?" and "Am I becoming a person who holds meaningful information close to my vest or am I a person who is becoming more open to him?"


We always wonder about Christ's will for us. We wonder how we can figure it out so we can be faithful to it. Relax. God's will is always expressed in the "now" and God will act through our own desires. Therefore, our job is to express what we want and need. God who is generous will give us what we want. God will affirm us when we do the good God wants and our conscience will feel pangs when we stray from the path. We fundamentally have to honor and respect our feelings because those are the places where God typically meet us. We have to get out of our heads and down into our hearts because God's heart is beating to communicate with our hearts. The heart is the unmistakable place of encounter. The heart is where the call is experienced.


Pay attention to your feelings this week - even though many of them will conflict and overlap. As you respect what you feel, ask Christ to honor your feelings too. Then let him ask you, "What do you want?" and "What do you need?" When we talk at his foundational level, we feel a tug to be closer to Christ. In other words, he is still calling you - calling you closer to him. His call is personal and ever-present. His call is always about the immediacy of the kingdom of God now in this world.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Psalm 24

The Lord’s is the earth and its fullness,
the world and all its peoples.
It is he who set it on the seas;
on the waters he made it firm

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

“Segue-me”.

Texto de Leitura: Jo 1,43-51

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Naquele tempo, 43Jesus decidiu partir para a Galileia. Encontrou Filipe e disse: “Segue-me”. 44Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. 46Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. (Jo 1,43-51)

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A passagem do evangelho lido neste dia descreve a vocação de Felipe e Natanael, modelo de discipulado e de seguimento (veja também a analogia dessa vocação nos evangelhos sinóticos: Mc 2,14; Mt 8,22; 9,9; 19,21; Lc 9,59).


No desenvolvimento da narração acontece um intercâmbio de olhares e de encontros. Jesus chama Filipe para segui-Lo. “Segue-me”, disse Jesus a Filipe. Logo depois, Filipe convida Natanael a encontrar-se com Jesus. “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. Ao ouvir a palavra “Nazaré” da boca de Filipe, Natanael pergunta: “De Nazaré pode sair coisa boa?”. Filipe não quer nem pretende resolver a dúvida inicial de Natanael, mas prefere convidá-lo para uma experiência pessoal com o próprio Jesus: “Vem e vê!”. Filipe viveu a experiência pessoal com Jesus anteriormente e mudou totalmente sua vida. Para esta mesma experiência é que Filipe convida Natanael a fazer.


Filipe convida Natanael a não ficar parado nem paralisado onde se encontra: “Vem e vê!”. É preciso sair do próprio ângulo de sempre para ver a vida de outros ângulos e para perceber como é rica a vida que temos e como é vasta sua dimensão! “Vir” é uma ação, é uma caminhada, é um sair do próprio esconderijo e do próprio comodismo. É preciso desamarrar os pés de tantos apegos para começar a fazer um êxodo rumo à “terra prometida” por Deus. Quem caminha, vê muita coisa e vê muito mais longe. “Vem e vê” é o convite para caminhar e contemplar tudo no caminho. Diante da vitória eu preciso continuar minha luta, pois para mim é dirigido o convite: “Vem e vê!”. Diante da queda, eu preciso me levantar, pois diante de mim há um convite: “Vem e vê!”. Diante do fracasso, eu preciso reaprender, pois na minha frente está escrito: “Vem e vê!”. Diante do presente, eu preciso vibrar, pois trata-se de uma dádiva e continua soando o convite para mim: “Vem e vê!”. “Vem e vê!” é um convite para a novidade capaz de renovar toda nossa vida como aconteceu com Filipe. Quem fica no quarto, somente vê as quatro paredes. “Vem e vê!” é o convite dirigido a cada um de nós se quiser crescer na vida e ampliar sua visão sobre a vida e seus acontecimentos. O isolamento é a autodestruição. “Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder” (Martin Luther King). O céu (Deus) é uma comunhão plena. Ao superar o isolamento vou tendo, aos poucos, o rosto mais parecido com Deus, pois Deus é comunhão plena. “Vem e vê” é o convite de fé, pois trata-se de uma chamada para o encontro pessoal com Jesus. Somente a fé ajuda a superar os motivos de escândalo (“De Nazaré pode sair coisa boa?”) e de auto-suficiência humana.


“Vem e vê” é o convite de Filipe a Natanael. Trata-se realmente de um chamamento à conversão. Jo 1 é dominado pela idéia de “ver” (cf. Jo 1,39). A palavra “ver” não designa, para o evangelista João, tão somente um olhar simplesmente material sobre a humanidade de Jesus Cristo e sim uma contemplação de Sua glória e de Sua divindade. É como João Batista que viu o Espírito Santo descer sobre Jesus Cristo (Jo 1,33-34).


Logo no início da experiência pessoal com Jesus, Natanael ouviu as seguintes palavras da boca de Jesus: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade. (...) Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. Jesus chama, precisamente, Natanael para realizar essa “conversão” da vista (“ver”). Jesus convida Natanael a passar de um olhar sobre a humanidade de Jesus para a contemplação de Sua glória. A “conversão” de Natanael se realiza gradualmente. Na primeira etapa viu Jesus como filho de José (Jo 1,45). Na segundo etapa, este “ver” leva Natanael para a messianidade de Jesus: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49). E na terceira etapa, Natanael reconhecerá, de uma vez, a divindade de Jesus: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” e sua humilhação (Filho do Homem: Jo 1,51. cf. Jo 3,14; 8,28; 12,22-34; 13,31). Em outras palavras, a conversão de Natanael é progressiva: da humanidade de Cristo para sua messianidade; da messianidade para o mistério pascal da humilhação e da exaltação.


Jesus suscita em Natanael a vontade de acolher o mistério do Filho do Homem: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. Jesus revela ao futuro discípulo seu conhecimento pessoal porque em Natanael não há falsidade (fraude): Natanael é o verdadeiro israelita piedoso e reto, apaixonado pela Escritura e que sabe confessar sua própria pobreza diante de Deus. Natanael questiona, mas tem humildade de aceitar a novidade.


O homem, tocado no íntimo de seu ser pelo louvor do Mestre e pelo profundo conhecimento que o Senhor tem do homem (representado por Natanael), se rende à evidencia e reconhece em Jesus o Messias e confessa: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. Natanael, como os outros discípulos que o precederam no encontro pessoal com Jesus Cristo, se encontra no nível da fé autentica e aberto para as revelações posteriores que Jesus fará imediatamente: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás! Em verdade, em verdade, eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. A fé sempre nos leva a “vermos” coisas maiores do que as que vemos sem fé. “A fé é um grau de conhecimento. O conhecimento é o auge da fé” (Santo Agostinho: Epist. 136,4).


Jesus convida o homem a buscá-Lo porque somente Ele se deixa encontrar pelos que o buscam com aconteceu com Natanael. Uma serie de experiências dos discípulos (cf. Jo 1,35-51) permite o homem penetrar no mistério de Jesus. Quem fizer o encontro profundo com Jesus pessoalmente, sairá mais alegre, entusiasmado e será testemunha de Jesus para os demais. E no testemunho de fé dos discípulos o céu também participa: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

P. Vitus Gustama,svd



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

What Are You Looking For? (John 1:38)

Jesus asks this question of the two disciples of John who are following Him. He also addresses His question to us today.What are we looking for? Are we seeking answers to our worries and troubles? Are we looking for a fresh challenge? Are we seeking rest? Are we looking for help with our futures, our families, our jobs? No matter what we are looking for, Jesus is our answer.


His response to the disciples' question is also His response to ours: "Come and see." Come and see Who Jesus really is. Come and see where He is staying - it may be closer than you think. Come and see what Jesus is all about. Come spend time with Him and you will begin to see, really see. Whatever your heart is yearning for, you will find it - in Jesus.



O Lord, I am looking for answers.


You know what my mind and heart are seeking.


Help me to realize that You are the answer to my questions;


You are the object of my desires.


Help me to answer Your invitation to come and see, here and now.


Amen.