quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A força do acolhimento


A equipa do trabalho do acolhimento na Exposição: Frei José Lima, FMM
Ir. Teresinha, da Congregação Santa Catarinha de Sena, Ir. Maria Mendes,SSpS Missionária Serva do Epírito Santo
 Visita guiada pelo Frei Lima, FMM


Vou partilhar convosco, a minha experiência, do serviço de acolhimento prestado na Exposição Missionária em Fátima. A minha função era acolher os visitantes que vêm de todos os países, de todo o mundo, animá-los a entrar, dizendo simplesmente “Bem-vindo”.

Quem já visitou a exposição conhece bem, a porta da entrada. É preciso convidar cada pessoa ou cada grupo para entrar na sala da exposição. Quem está na entrada tenta atrair as pessoas acolhendo-as bem.

Estive três vezes na exposição, a primeira vez foram três dias, num fim de semana, e as outras duas vezes, uma semana cada..

Creio que todos nós podemos ajudar as pessoas tornando-nos mais acolhedores e mais simpáticas. As pessoas que vêm ao nosso encontro devem sentir-se bem acolhidas.

Não fiz grandes coisas no que se refere ao acolhimento, mas tentei sempre ser agradável. Fiz um esforço por acolher e comunicar com todas as idades, as crianças, as pessoas maiores, que chegam de fora de Portugal, e que falam diferentes idiomas: chinês, alemão, francês, polaco, Italiano, inglês, etc. Quando não percebia nada comunicava por gestos. Lembrava-me da frase de S. José Freinademetz, “o amor é a linguagem que todos percebem”. Aprendi algumas palavras de chinês mas não consigo escrevê-las.

Estive sempre na parte do acolhimento e foi muito interessante. Ao terminarem a visita as pessoas manifestavam a sua alegria com expressões: maravilhosa, impressionante; Deus continua presente; Graças a Deus; obrigada; que belo ambiente tão acolhedor; eu também me senti lá na praça dos missionários, nunca mais esquecerei esta exposição tão interessante, valeu a pena visitá-la.

Gostaria de contar alguns casos concretos: Um casal com dois filhos, o bebe e o irmão com 4 anitos. Enquanto os pais estavam noutra exposição, o menino começou a espreitar para a porta do acolhimento, eu chamei-o “olá, podes vir! Como se chama? Ele diz chamo-me Rodrigo. Disse-lhe, Rodrigo veio com quem? Ele diz; com o meu mano bebe e os meus pais?  Ele foi dizer aos pais para visitarem a exposição missionária. Passado pouco tempo, Rodrigo voltou com os pais para fazerem a visita. O pai disse-me, irmã, não temos mais tempo mas o Rodrigo obrigou-nos a vir, por isso, aqui estamos. Depois da visita vieram dizer-me: “obrigada irmã, valeu a pena.

Outro caso de uma senhora idosa com uma muleta, chegou à porta da entrada, e logo a convidei “seja bem-vinda à exposição missionária” A senhora respondeu, “irmã, não vale a pena, porque eu quando era pequenita vinha sempre com os meus pais e já conheço tudo”. Respondi, “está bem, mas esta exposição missionária começou no mês de Maio e vai terminar no fim de Outubro”. A senhora diz: se é assim, então eu vou ver. Entrou e ficou na sala do vídeo. Depois de algum tempo veio agradecer dizendo: “obrigada irmã, é mesmo uma exposição nova que eu nunca tinha visto. Lá na praça está o João Paulo II, eu rezei muito e, por sua intercessão  ele salvou o meu filho da droga. Vocês missionários são todos muito queridos…”

Outro exemplo: um senhor brasileiro tirou todas as fotos da exposição e no fim disse-me, “irmã, vamos fazer uma exposição assim no nosso país e depois convidamo-la  para a visitar” Os visitantes apreciaram muito a exposição e diziam espontaneamente “está um trabalho muito bem feito, é maravilhoso, Parabéns para todos os que a organizaram, muito obrigado…”

Estas expressões levaram-me a refletir como é grande o testemunho da presença de todos os missionários de ontem e hoje em todos tempos. O testemunho pessoal é o alicerce da nossa fé.

Cada pessoa tem a sua beleza, no modo como se exprime, sejam portugueses, ou de outros continentes. De todo o mundo, de diferentes línguas e culturas vieram a Fátima para testemunhar a sua fé. Diariamente aqueles que chegaram a Fátima, e que passaram pela exposição Missionária, foram interpeladas pela presença missionária. Ao aproximarem-se eram convidados a entrar na sala da exposição. Esta interpelação obrigava-os a manifestar o que trazem no seu coração, e a sentir a alegria, de poderem expressar livremente o que lhes vai no íntimo naquele momento.

Tomámos consciência de que é necessário dão o melhor de nós mesmos, nem que seja um sorriso, uma palavra simples de boa vinda, uma palavra que faz os visitantes a sentirem-se bem acolhidos. Para mim, foi uma experiência muito enriquecedora e bonita. Alegrei-me em ver as pessoas que vêm e vão, e testemunham a sua fé. Creio que a exposição ajudou a criar nos cristãos uma maior convicção missionária, apareceram   novas ideias, e pessoas prontas a servir e animar a missão na sua paróquia, no seu país, e na sua terra.

As manifestações acima referidas são agradecimentos de alegria pela iniciativa desta organização. São dinâmicas que ajudam a visionar os esforços missionários. Esta visibilidade do trabalho missionário da Igreja dá novo alento às expectativas dos cristãos e entusiasma todos os que de boa vontade aproveitaram a oportunidade para um encontro mais humano com quem fez opções radicais que dão sentido e tornam feliz a vida, por inteiro.

 
Ir. Maria Mendes, SSpS

Missionárias das Servas do Espírito Santo

Fátima, 07.09.2012

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