sexta-feira, 22 de março de 2013

Vaticano: Papa quer «construir pontes» com o Islão e os não crentes


Papa Francisco realça importância das religiões para a construção da paz a nível global

Cidade do Vaticano, 22 mar 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje a sua intenção de construir “pontes” com “todos os homens” e sublinhou a importância do diálogo inter-religioso para a construção da paz, destacando a importância do Islão.

“Não se podem construir pontes entre os homens esquecendo Deus e vice-versa: não se podem viver verdadeiras ligações com Deus, ignorando os outros. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as diversas religiões: penso, antes de tudo, no diálogo com o Islã”, declarou, num encontro com os membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé.

O Papa argentino disse ter apreciado “muito” a presença de autoridades civis e religiosas do mundo islâmico na missa de inauguração do pontificado, que decorreu esta terça-feira, no Vaticano.

“Desejo que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de tal modo que cada um possa encontrar no outro, não um inimigo nem um concorrente, mas um irmão que se deve acolher e abraçar”, revelou.

Francisco aludiu, por outro lado, à necessidade de “intensificar o diálogo com os não crentes”, para que se superem “as diferenças que separam e ferem” e se promova “o desejo de construir verdadeiros laços de amizade entre todos os povos”.

O Papa explicou que um dos seus títulos é “pontífice”, ou seja, “aquele que constrói pontes, com Deus e entre os homens”.

“As minhas próprias origens impelem-me a trabalhar por construir pontes. Na verdade, como sabeis, a minha família é de origem italiana e assim está sempre vivo em mim este diálogo entre lugares e culturas distantes, entre um extremo do mundo e o outro”, declarou Francisco, de 76 anos, nascido na Argentina.

Segundo o Papa, os povos da terra estão “cada vez mais próximos, interdependentes e necessitados de se encontrarem e criarem espaços efetivos de autêntica fraternidade”.
 

“Desejo renovar aos vossos Governos o meu agradecimento pela sua participação nas celebrações por ocasião da minha eleição, com votos de um frutuoso trabalho comum”, concluiu.

A Santa Sé tem relações diplomáticas com 180 países, a que se somam a União Europeia, a Ordem Soberana de Malta e a Organização para a Libertação da Palestina.

OC

Internacional | Agência Ecclesia | 2013-03-22 | 10:48:41 | 2190 Caracteres | Papa Francisco

PERDÃO


A partir do momento

Em que eu compreender a minha humanidade,

EU PERDOAREI.

Quando tu enfim

Entenderes que estou no caminho certo,

TU PERDOARÁS.

Quando ele então

Aprender conosco a singeleza da caridade,

ELE PERDOARÁ.

Quando nós finalmente

Abrirmos mãos de nossas diferenças,

NÓS PERDOAREMOS.

Quando vós souberdes

Que o verdadeiro caminho

É trilhado pelo amor,

VÓS PERDOAREIS.

E no exato momento

Em que eles abrirem seu coração

E aceitarem a verdade,

ELES PERDOARÃO.

Daí em diante,

toda e qualquer desigualdade e diferença

não mais existirá entre a humanidade,

Pois toda e qualquer diferença

será nivelada

Pela mais pura forma do AMOR.


Irmãs Agostinianas Missionária

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Papa renova compromisso ecuménico


 
Papa Francisco recebeu representantes de Igrejas, Comunidades Eclesiais e religiões não cristãs

 
 
Cidade do Vaticano, 20 mar 2013 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que está determinado em continuar a “causa nobilíssima” do estreitamento de relações entre o catolicismo e as outras Igrejas e comunidades cristãs.
Na audiência a representantes de Igrejas, Comunidades Eclesiais e religiões não cristãs, Papa Francisco manifestou “a vontade firme de prosseguir no caminho do diálogo ecuménico”.
“Viver em plenitude” a fé, afirmando-a de maneira “livre, alegre e corajosa”, constitui o “melhor serviço à causa da unidade dos cristãos”, sublinhou, acrescentando que o testemunho das convicções religiosas deve ser pautado pela “esperança” diante de um mundo “que continua marcado por divisões, contrastes e rivalidades”.
Francisco mostrou-se confiante de que é possível manter “proficuamente” o diálogo ecuménico e inter-religioso recomendado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), que proporcionou “não poucos frutos”.
A presença na audiência de representantes das tradições não cristãs, a começar pelos muçulmanos, “que adoram o Deus único, vivente e misericordioso”, é um sinal “da vontade de crescer na estima recíproca e na cooperação para o bem comum da humanidade”.
A Igreja Católica está consciente da importância da “promoção da amizade e do respeito entre homens e mulheres de várias tradições religiosas”, palavras que Francisco fez questão de repetir.
Os cristãos podem “fazer muito” por quem é “pobre”, “fraco” e “sofre”, com o objetivo de favorecer “a justiça”, a “reconciliação” e a “paz”, realçou o Papa.
“Sobretudo devemos ter em conta a sede de absoluto, não permitindo que prevaleça uma visão da pessoa humana segundo a qual o Homem se reduz ao que produz e consome”, naquela que é “uma das insídias mais perigosas” de hoje, vincou.
Na “história recente”, vincou, tem havido tentativas de “eliminar Deus e o divino do horizonte da humanidade”, contrariando o testemunho na sociedade da “abertura à transcendência” inscrita “no coração” do ser humano.
A alocução realçou a “proximidade” com as pessoas que não se reconhecem pertencentes a qualquer tradição religiosa mas que, ao estarem “à procura da verdade, da bondade e da beleza” provenientes de Deus, são “aliados precisos” na defesa da dignidade humana e da paz.
A audiência começou com a intervenção do patriarca ecuménico de Constantinopla, que pela primeira vez desde 1054, ano do cisma com os ortodoxos, esteve presente numa missa de inauguração do ministério de um Papa.
Bartolomeu I expressou, em nome dos presentes, a alegria “de todo o coração” pela eleição “inspirada por Deus” da “amada Santidade” Francisco, “primeiro bispo da venerável Igreja da antiga Roma”.
O patriarca recordou que o Papa emérito Bento XVI renunciou ao pontificado com “coragem”, depois de se ter distinguido pelo “conhecimento teológico” e pela “caridade”.
“A unidade das Igrejas cristãs constitui a primeira e mais importante das nossas preocupações”, frisou, antes de apelar à continuação do “diálogo teológico” na “caridade” e na “verdade”, em espírito de “humildade e mansidão”.
Perante “a crise económica mundial” exige-se uma “ação humanitária”, de que o novo Papa tem “grande experiência” graças ao trabalho “de bom samaritano” que desenvolveu na América Latina, onde “experimentou como poucos” o “sofrimento” e a “miséria humana”, referiu Bartolomeu I.
RJM
 
Internacional | Agência Ecclesia | 2013-03-20 | 12:27:00 | 3325 Caracteres | Diálogo inter-religioso, Ecumenismo, Papa Francisco

Listen to me o Lord




12 Then you will call upon Me and come and pray to Me, and I will listen to you. 13 You will seek Me and find Me when you search for Me with all your heart.
Jeremiah 29:12-13

Lord, without prayer, I´m just a player, and I am just a pretender

quarta-feira, 20 de março de 2013

Teach me Lord


"Teach me, O Lord, your way;
lead me along a straight path"

Psalm 27:11

terça-feira, 19 de março de 2013

PAPA FRANSISCO


Papa Francisco
Homilia na missa de início do ministério petrino do bispo de Roma
Vaticano, 19 de março de 2013
Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.
Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.
Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).
Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.
Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!
Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!
E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.
A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!
Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.
Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!
Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amen.
Papa Francisco

Documentos | Papa Francisco | 2013-03-19 | 11:50:01 | 7715 Caracteres | Papa Francisco

 

sábado, 27 de outubro de 2012

"Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim".


30º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Mc. 10,46-52)

- Ano B -

O Evangelho situa-nos à saída da cidade de Jericó. Na época de Jesus, Jericó era uma cidade relativamente importante. Além de Jesus, Marcos coloca no centro da cena um mendigo cego com o nome de Bartimeu.

Os "cegos" faziam parte do grupo dos excluídos da sociedade palestina de então, onde as deficiências físicas eram consideradas - pela teologia oficial - como resultado do pecado. Pela sua condição de impureza notória, os cegos eram impedidos de servir de testemunhas no tribunal e de participar nas cerimónias religiosas no Templo.

É natural que Jesus à saída de Jericó tenha encontrado um cego que mendigava junto da estrada... Quem é, na catequese de Marcos, este "cego" que Jesus encontra ao longo do caminho? Ele representa todos esses a quem a teologia oficial considerava pecadores, malditos, impuros, marginais, longe de Deus e da sua proposta de salvação.

O pedir esmola indica a situação de escravidão e de dependência em que o homem se encontra. Contudo, a passagem de Jesus de Nazaré dá ao cego a consciência da sua situação de miséria, de dependência, de escravidão. Então, Bartimeu pede: "Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim".

A repreensão dos discípulos, não só não desarma o cego, como o leva a gritar ainda mais forte: "filho de David, tem misericórdia de mim". A incompreensão ou a oposição dos homens nunca fazem desistir aquele que viu Jesus passar e que viu n'Ele uma proposta de vida e de liberdade. Jesus parou e mandou chamar o cego.

Em resposta, o cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. O deitar fora a capa significa o deixar tudo o que se possui para ir ao encontro de Jesus. É um corte radical com o passado, com a vida velha, com a anterior situação, com tudo aquilo em que se apostou anteriormente, a fim de começar uma vida nova ao lado de Jesus.

Jesus responde a Bartimeu: "vai, a tua fé te salvou". A fé é a total adesão a Jesus e à sua proposta de salvação. Por isso, Marcos termina a sua história dizendo que o cego recuperou a vista e seguiu Jesus - isto é, fez-se discípulo de Jesus: deixou a vida da escuridão, da escravidão, da dependência em que estava e nasceu para essa vida verdadeira e eterna que, através de Jesus, Deus oferece aos homens.

É com Bartimeu que nós, os discípulos de Jesus, somos convidados a identificar-nos, mesmo que este caminho nos leve a morrer para nós próprios para podermos levar vida aos que mais sofrem.

E eu estou determinado a ser verdadeiramente discípulo de Jesus e a colocar a minha vida a serviço dos irmãos mais abandonados?