sexta-feira, 11 de junho de 2010

Palavra do Papa – Homilia de Bento XVI no encerramento do Ano Sacerdotal

Palavra do Papa – Homilia de Bento XVI no encerramento do Ano Sacerdotal

Queridos irmãos no ministério sacerdotal,
Queridos irmãos e irmãs,

o Ano Sacerdotal que celebramos, 150 anos depois da morte do santo Cura d'Ars, modelo do ministério sacerdotal em nossos dias, chega ao seu fim. Nos deixamos guiar pelo Cura d'Ars para compreender de novo a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal. O sacerdote não é simplesmente alguém que detém um ofício, como aqueles de que toda a sociedade necessita, para que possam se cumprir nela certas funções. Ao contrário, o sacerdote faz o que nenhum ser humano pode fazer por si mesmo: pronunciar em nome de Cristo a palavra de absolvição de nossos pecados, transformando assim, a partir de Deus, a situação de nossa vida. Pronuncia sobre as oferendas do pão e do vinho as palavras de ação de graças de Cristo, que são palavras de transubstanciação, palavras que tornam presente a Ele mesmo, o Ressuscitado, seu Corpo e seu sangue, transformando assim os elementos do mundo; são palavras que abrem o mundo a Deus e o unem a Ele. Portanto, o sacerdócio não é um simples "ofício", mas sim um sacramento: Deus se vale de um homem com suas limitações para estar, através dele, presente entre os homens e atuar em seu favor. Esta audácia de Deus, que se abandona nas mãos dos seres humanos; que, embora conhecendo nossas debilidades, considera aos homens capazes de atuar e apresentar-se em seu lugar, esta audácia de Deus é realmente a maior grandeza que se oculta na palavra "sacerdócio". Que Deus nos considere capazes disso; que, por isso, chame a seu serviço a homens e, assim, una-se a eles a partir de dentro, isso é o que quisemos novamente considerar e compreender durante esse Ano. Queríamos despertar a alegria de que Deus esteja tão próximo a nós, e a gratuidade pelo fato de que Ele se confie a nossa debilidade; que Ele nos guie e nos ajude dia após dia. Queríamos também, assim, ensinar de novo aos jovens que esta vocação, esta comunhão de serviço por Deus e com Deus, existe; mais ainda, que Deus está esperando nosso "sim". Junto com a Igreja, quisemos destacar novamente que temos que pedir a Deus esta vocação. Peçamos trabalhadores para a messe de Deus, e esta oração a Deus é, ao mesmo tempo, um chamamento de Deus ao coração dos jovens que se consideram capazes disso mesmo para o que Deus os considera capazes. Era de se esperar que ao "inimigo" não fosse prazeroso perceber que o sacerdócio brilhara novamente; ele teria preferido vê-lo desaparecer, para que, ao final, Deus fosse retirado do mundo. E assim ocorreu que, precisamente neste ano de alegria pelo sacramento do sacerdócio, vieram à luz os pecados dos sacerdotes, sobretudo o abuso de crianças, no qual o sacerdócio, que leva a cabo a solicitude de Deus pelo bem do homem, converte-se no contrário. Também nós pedimos perdão insistentemente a Deus e às pessoas afetadas, enquanto prometemos que desejamos fazer todo o possível para que semelhante abuso não volte a acontecer jamais; que na admissão ao ministério sacerdotal e na formação que prepara ao mesmo faremos todo o possível para examinar a autenticidade da vocação; e que queremos acompanhar ainda mais aos sacerdotes em seu caminho, para que o Senhor os proteja e os guarde nas situações dolorosas e nos perigos da vida. Se o Ano Sacerdotal tivesse sido uma glorificação de nossas conquistas humanas pessoais, teria sido destruído por esses acontecimentos. Mas, para nós, tratava-se precisamente do contrário, de sentir-nos agradecidos pelo dom de Deus, um dom que se leva em "vasos de barro", e que vez por outra, através de toda a debilidade humana, torna visível seu amor no mundo. Assim, consideramos o acontecido como uma tarefa de purificação, uma missão que nos acompanha em direção ao futuro e que nos faz reconhecer e amar mais ainda o grande dom de Deus. Deste modo, o dom converte-se no compromisso de responder ao valor e a humildade de Deus com nosso valor e nossa humildade. A palavra de Cristo, que entoamos como canto de entrada na liturgia de hoje, pode dizer-nos neste momento o que significa fazer-se e ser sacerdote: "Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração" (Mt 11, 29).

Celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus e com a liturgia lançamos um olhar, por assim dizer, dentro do coração de Jesus, que ao morrer foi transpassado pela lança do soldado romano. Sim, seu coração está aberto por nós e diante de nós; e, com isso, nos abriu o coração do próprio Deus. A liturgia interpreta para nós a linguagem do coração de Jesus, que fala, sobretudo, de Deus como pastor dos homens, e assim nos manifesta o sacerdócio de Jesus, que está arraigado no íntimo de seu coração; deste modo, nos indica o perene fundamento, assim como o critério válido de todo o ministério sacerdotal, que deve estar sempre no coração de Jesus e ser vivido a partir d'Ele. Gostaria de meditar hoje, sobretudo, os textos com os que a Igreja orante responde à Palavra de Deus proclamada nas leituras. Nesses cantos, palavra e resposta se compenetram. Por um lado, estão cheios da Palavra de Deus, mas por outro, são já ao mesmo tempo a resposta do homem a tal Palavra, resposta na qual a Palavra mesma comunica-se e entra em nossa vida. O mais importante desses textos na liturgia de hoje é o Salmo 23 (22) – "O Senhor é meu pastor" -, no qual o Israel orante acolhe a autorrevelação de Deus como pastor, fazendo disso a orientação para sua própria vida. "O Senhor é meu pastor, nada me falta". Nesse primeiro versículo expressam-se alegria e gratuidade porque Deus está presente e cuida do homem. A leitura tomada do Livro de Ezequiel começa com o mesmo tema: "Vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas" (Ez 34, 11). Deus cuida pessoalmente de mim, de nós, da humanidade. Não me deixou sozinho, extraviado no universo e em uma sociedade ante a qual sente-se cada vez mais desorientado. Ele cuida de mim. Não é um Deus distante, para quem minha vida não conta quase nada. As religiões do mundo, pelo que podemos perceber, souberam sempre que, em última análise, somente há um Deus. Mas este Deus era distante. Abandonava aparentemente o mundo a outras potências e forças, a outras divindades. Teria que chegar a um acordo com esses elementos. O Deus único era bom, mas distante. Não constituía um perigo, mas tampouco oferecia ajuda. Portanto, não era necessário ocupar-se d'Ele. Ele não dominava. Estranhamente, essa ideia ressurgiu na Ilustração. Aceitava-se, não obstante, que o mundo pressupõe um Criador. Esse Deus, no entanto, teria construído o mundo, para depois retirar-se dele. Agora o mundo tem um conjunto de leis próprias segundo as quais se desenvolve, e nas quais Deus não intervém, não pode intervir. Deus é somente uma origem remota. Muitos, quem sabe, tampouco desejassem que Deus se preocupasse com eles. Não desejariam que Deus lhes incomodasse. Mas ali onde a proximidade do amor de Deus percebe-se como incômodo, o ser humano sente-se mal. É belo e consolador saber que há uma pessoa que me quer e cuida de mim. Mas é muito mais decisivo que exista esse Deus que me conhece, me quer e se preocupa comigo. "Eu conheço minhas ovelhas e elas conhecem a mim" (Jo 10, 14), diz a Igreja antes do Evangelho com uma palavra do Senhor. Deus me conhece, preocupa-se comigo. Esse pensamento deveria proporcionar-nos realmente alegria. Deixemos que penetre intensamente em nosso interior. Nesse momento compreendemos também o que significa: Deus quer que nós, como sacerdotes, em um pequeno ponto da história, compartilhemos suas preocupações pelos homens. Como sacerdotes, queremos ser pessoas que, em comunhão com seu amor pelos homens, cuidemos deles, lhes façamos experimentar em concreto esta atenção de Deus. E, pelo que se refere ao âmbito do que se lhe confia, o sacerdote, juntamente com o Senhor, deveria poder dizer: "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem". "Conhecer", no sentido da Sagrada Escritura, nunca é somente um saber exterior, como quando se conhece o número telefônico de uma pessoa. "Conhecer" significa estar interiormente próximo do outro. Querer-lhe. Nós deveríamos tratar de "conhecer" aos homens da parte de Deus e com vistas a Deus; deveríamos tratar de caminhar com eles na via da amizade com Deus.

Voltemos ao Salmo. Ali se diz: "Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo" (Sl 23 [22], 3s). O pastor mostra o caminho correto àqueles que lhe estão confiados. Os precede e guia. Digamos-lo de outro modo: o Senhor nos mostra como realiza-se de modo correto nosso ser homens. Ensina-nos a arte de ser pessoa. Que devo fazer para não arruinar-me, para não desperdiçar minha vida com a falta de sentido? Com efeito, esta é a pergunta que todo o homem deseja fazer a si mesmo e que serve para qualquer período da vida. Quantas trevas há no entorno dessa pergunta em nosso tempo! Sempre retorna à nossa mente a palavra de Jesus, que tinha compaixão pelo homens, porque estavam como ovelhas sem pastor. Senhor, tende piedade também de nós. Mostra-nos o caminho. Sabemos pelo Evangelho que Ele é o caminho. Viver com Cristo, segui-lo, isso significa encontrar o caminho correto, para que nossa vida tenha sentido e para que um dia possamos dizer: "Sim, viver foi algo bom". O povo de Israel estava e está agradecido a Deus, porque mostrou nos mandamentos o caminho da vida. O grande salmo 119 (118) é uma expressão de alegria por este fato: nós não andamos tateando na obscuridade. Deus nos mostrou qual é o caminho, como podemos caminhar de maneira correta. A vida de Jesus é uma síntese e um modelo vivo do que afirmam os mandamentos. Assim, compreendemos que essas normas de Deus não são cadeias, mas o caminho que Ele nos indica. Podemos estar alegres por elas e porque em Cristo estão ante nós como uma realidade vivida. Ele mesmo nos faz felizes. Caminhando junto a Cristo temos a experiência da alegria da Revelação, e como sacerdotes devemos comunicar às pessoas a alegria de que nos tenha mostrado o caminho correto.

Depois vem uma palavra referida ao "vale escuro", através do qual o Senhor guia o homem. O caminho de cada um de nós nos levará um dia ao vale escuro da morte, ao qual ninguém pode nos acompanhar. E Ele estará ali. Cristo mesmo descendeu à noite escura da morte. Tampouco ali nos abandona. Também ali nos guia. "Se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também", diz o Salmo 139 (138). Sim, tu estás presente também na última fadiga, e assim o salmo responsorial pode dizer: também ali, no vale escuro, nada temo. No entanto, falando do vale escuro, podemos pensar também nos vales escuros das tentações, do desalento, da provação, que toda pessoa humana deve atravessar. Também nestes vales tenebrosos da vida Ele está ali. Senhor, nas trevas da tentação, nas horas das trevas, em que todas as luzes parecem apagar-se, mostra-me que tu estás ali. Ajuda-nos a nós, sacerdotes, para que possamos estar junto às pessoas que, nessas noite escuras, nos foram confiadas, para que possamos mostrar-lhes tua luz.

"Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo": o pastor necessita do bordão contra os animais selvagens que querem atacar o rebanho; contra os salteadores que buscam sua vítima. Junto ao bordão está o báculo, que sustenta e ajuda a atravessar os lugares difíceis. Esses dois elementos entram dentro do mistério da Igreja, do mistério do sacerdote. Também a Igreja deve usar o bordão do pastor, o bordão com o qual protege a fé dos farsantes, contra as orientações que são, na realidade, desorientações. Com efeito, o uso do bordão pode ser um serviço de amor. Hoje vemos que não se trata de amor, quando se toleram comportamento indignos da vida sacerdotal. Como tampouco trata-se de amor se deixa-se proliferar a heresia, a tergiversação e a destruição da fé, como se nós inventássemos a fé autonomamente. Como se já não fosse um dom de Deus, a pérola preciosa que não deixamos que nos arranquem. Ao mesmo tempo, no entanto, o bordão continuamente deve transformar-se em báculo do pastor, báculo que ajude aos homens a poder caminhar por caminhos difíceis e seguir a Cristo.

Ao final do salmo, fala-se da mesa preparada, do perfume com que se unge a cabeça, da taça que transborda, do habitar na casa do Senhor. No salmo, isso mostra sobretudo a perspectiva da alegria pela festa de estar com Deus no templo, de ser hospedado e servido pelo mesmo, de poder habitar em sua casa. Para nós, que rezamos este salmo com Cristo e com seu Corpo que é a Igreja, esta perspectiva de esperança adquiriu uma amplitude e profundidade todavia ainda maior. Vemos nessa palavras, por assim dizer, uma antecipação profética do mistério da Eucaristia, na qual Deus mesmo nos convida e se nos oferece como alimento, como aquele pão e aquele vinho maravilhoso que são a única resposta última à fome e à sede interior do homem. Como não alegrarmo-nos de estarmos convidados cada dia à mesa de Deus e a a habitar em sua casa? Como não estarmos alegres por termos recebido d'Ele este mandado: "Fazei isto em memória de mim"? Alegres porque Ele nos permitiu preparar a mesa de Deus para os homens, oferecer-lhes seu Corpo e seu Sangue, oferecer-lhes o dom precioso de sua própria presença. Sim, podemos rezar juntos com todo o coração as palavras do salmo: "A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida" (23 [22], 6).

Por último, vejamos brevemente os dois cantos de comunhão sugeridos hoje pela Igreja em sua liturgia. Antes de tudo, está a palavra com a qual São João conclui o relato da crucificação de Jesus: "um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água" (Jo 19, 34). O coração de Jesus é transpassado pela lança. Abre-se, e converte-se em uma fonte: a água e o sangue que manam aludem aos dois sacramentos fundamentais dos que vive a Igreja: o Batismo e a Eucaristia. Do lado transpassado do Senhor, de seu coração aberto, brota a fonte viva que mana ao longo dos séculos e edifica a Igreja. O coração aberto é fonte de um novo rio de vida; neste contexto, João certamente pensou também na profecia de Ezequiel, que vê manar do novo templo um rio que proporciona fecundidade e vida (Ez 47): Jesus mesmo é o novo templo, e seu coração aberto é a fonte da qual brota um rio de vida nova, que se nos comunica no Batismo e na Eucaristia.

A liturgia da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, no entanto, prevê como canto de comunhão outra palavra, semelhante a essa, extraída do evangelho de João: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva" (cf. Jo 7 ,37s). Na fé bebemos, por assim dizer, da água viva da Palavra de Deus. Assim, o crente converte-se ele mesmo em uma fonte, que dá água viva à terra ressequida da história. O vemos nos santos. O vemos em Maria que, como grande mulher de fé e de amor, converteu-se ao longo dos séculos em fonte de fé, amor e vida. Cada cristão e cada sacerdote deveriam transformar-se, a partir de Cristo, em fonte que comunica vida aos demais. Deveríamos dar a água da vida a um mundo sedento. Senhor, vos damos graças porque nos abriu vosso coração; porque em vossa morte e ressurreição vos converteste em fonte de vida. Faz que sejamos pessoas vivas, vivas por tua fonte, e dá-nos ser também nós fonte, de maneira que possamos dar água viva a nosso tempo. Te agradecemos a graça do ministério sacerdotal. Senhor, abençoai-nos e abençoai a todos os homens deste tempo que estão sedentos e buscando. Amém!

cancaonova.com

YOU ARE MANE



I have called you by name, you are mine. When you pass through the waters, I will be with you;

For I am the Lord your God, the Holy One of Israel, your Savior. (Isaiah 43:1-3)

The love of God is like a Light that enters our heart and shines upon our souls with the Presence of God…

Nothing will ever separate you from my love.

I will always comfort you.

God created you out of pure divine love.
God made you to his image and in love with you.
God made you to love because you are a being of love -
made of love and made to learn to love.
God created you out of pure divine love.
God made you to his image and in love with you.

UM RENOVADO COMPROMISSO DA VIDA CONSAGRADA:PARTIR DE CRISTO

INTRODUÇÃO

Contemplando o esplendor do rosto de Cristo

1.Contemplando o rosto crucificado e glorioso1 de Cristo e testemunhando o Seu amor no mundo, as pessoas consagradas acolhem com alegria, no início do terceiro milênio, o urgente convite do Santo Padre João Paulo II a fazer-se ao largo: «Duc in altum!» (Lc 5, 4). Tais palavras, ressoadas em toda a Igreja, suscitaram uma nova grande esperança, reavivaram o desejo de uma vida evangélica mais intensa e abriram de par em par os horizontes do diálogo e da missão.

Talvez hoje, como nunca, o convite de Jesus a fazer-se ao largo revela-se como resposta ao drama da humanidade, vítima do ódio e da morte. O Espírito Santo sempre obra na história e pode tirar dos dramas humanos um discernimento dos acontecimentos, aberto ao mistério da misericórdia e da paz entre os homens. O Espírito, com efeito, da própria agitação das nações, suscita em muitos a nostalgia de um mundo diferente e que já se faz presente em meio a nós. Confirma-o João Paulo II aos jovens, quando os exorta a que sejam «sentinelas da manhã» que velam, fortes na esperança, à espera da aurora.2

Certamente, os dramáticos acontecimentos do mundo, nestes últimos anos, impuseram aos povos interrogativos novos e mais graves, que se vieram a somar aos já presentes, surgidos com respeito à orientação de uma sociedade globalizada, ambivalente na realidade, na qual «não se globalizaram apenas a tecnologia e a economia, mas também a insegurança e o medo, a criminalidade e a violência, as injustiças e as guerras».3

Nesta situação, as pessoas consagradas são chamadas pelo Espírito a uma constante conversão para dar uma nova força à dimensão profética da sua vocação. Elas, de fato, «chamadas a colocarem a própria existência ao serviço da causa do Reino de Deus, deixando tudo e imitando mais de perto a forma de vida de Jesus Cristo, assumem um papel eminentemente pedagógico para todo o Povo de Deus».4

O Santo Padre se fez intérprete desta expectativa na sua Mensagem aos Membros da última Plenária da nossa Congregação: «A Igreja — ele escreve — conta com a dedicação constante desta multidão eleita de filhos e filhas, com a sua aspiração à santidade e com o entusiasmo do seu serviço para favorecer e apoiar a tensão de todo o cristão para a perfeição e reforçar o solidário acolhimento do próximo, especialmente do mais necessitado. Deste modo, é testemunhada a presença vivificante da caridade de Cristo entre os homens».5

Caminhando sobre as pegadas de Cristo

2. Mas como decifrar no espelho da história, bem como no da atualidade, os vestígios e sinais do Espírito e as sementes do Verbo, presentes hoje como sempre na vida e na cultura humana?6 Como interpretar os sinais dos tempos numa realidade como a nossa, na qual abundam as zonas de sombra e de mistério? É necessário que o próprio Senhor se faça nosso companheiro de viagem — como com os discípulos que iam em direção a Emaús — e nos dê o seu Espírito. Somente Ele, presente entre nós, pode fazer-nos compreender plenamente a sua Palavra e atualizá-la, pode iluminar as mentes e aquecer os corações.

«Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20). O Senhor Ressuscitado permanece fiel a esta promessa. Ao longo de dois mil anos de história da Igreja, graças ao seu Espírito, fez-se constantemente presente nela, iluminando-lhe o caminho, cumulando-a de graça, infundindo-lhe a força para viver, sempre com maior intensidade, a sua Palavra e para desempenhar a missão de salvação, como sacramento da unidade dos homens com Deus e entre si.7

A vida consagrada, no contínuo suceder-se e afirmar-se de formas sempre novas, é já, em si mesma, eloqüente expressão desta sua presença, quase uma espécie de Evangelho desdobrado nos séculos. Ela aparece, com efeito, como «prolongamento na história de uma especial presença do Senhor ressuscitado».8 Desta certeza, as pessoas consagradas devem auferir um impulso renovado, fazendo dela a força inspiradora do seu caminho.9

A sociedade hodierna espera ver nelas o reflexo concreto do agir de Jesus, do Seu amor por cada pessoa, sem distinções ou adjetivos qualificativos. Quer experimentar que é possível dizer com o apóstolo Paulo «Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou» (Gl 2, 20).

Passados cinco anos da Exortação Apostólica Vita consecrata

3.Para ajudar no discernimento que procura tornar sempre mais segura esta vocação particular e sustentar, hoje, as corajosas opções de testemunho evangélico, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica celebrou a sua Plenária entre os dias 25 e 28 de Setembro de 2001.

Em 1994, a IX Assembléia ordinária do Sínodo dos Bispos, completando a exposição «das peculiaridades características dos vários estados de vida que o Senhor Jesus quis na sua Igreja»,10 depois dos Sínodos dedicados aos leigos e aos presbíteros, estudou A vida consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo. O Santo Padre João Paulo II, recolhendo as reflexões e as esperanças da Assembléia sinodal, ofereceu a toda a Igreja a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Vita consecrata.

Passados cinco anos da publicação deste fundamental Documento do Magistério eclesial, o nosso Dicastério, durante a Plenária, interrogou-se a respeito da eficácia com a qual foi este acolhido e levado à prática no seio das comunidades e dos institutos, assim como nas Igrejas particulares.

A Exortação Apostólica Vita consecrata soube exprimir com clareza e profundidade a dimensão cristológica e eclesial da vida consagrada numa perspectiva teológico-trinitária que ilumina com nova luz a teologia do seguimento e da consagração, da vida fraterna em comunidade e da missão; contribuiu em criar uma nova mentalidade no que concerne à sua missão no Povo de Deus e ajudou as mesmas pessoas consagradas a tomar uma maior consciência da graça da própria vocação.

É mister que este documento programático continue a ser aprofundado e levado à prática. Ele permanece o ponto de referência mais significativo e necessário para guiar o caminho de fidelidade e de renovação dos Institutos de vida consagrada e das Sociedades de vida apostólica, permanecendo, outrossim, aberto no sentido de suscitar perspectivas válidas de novas formas de vida consagrada e de vida evangélica.

Partir na esperança

4.O Grande Jubileu do Ano 2000 marcou profundamente a vida da Igreja e nele comprometeu-se fortemente toda a vida consagrada, em todas as partes do mundo. No dia 2 de Fevereiro de 2000, celebrou-se em todas as igrejas particulares, precedido por oportuna preparação, o Jubileu da vida consagrada.

No termo do Ano Jubilar, a fim de que cruzássemos todos juntos o umbral do novo milênio, o Santo Padre quis recolher o legado das celebrações jubilares na Carta Apostólica Novo millennio ineunte. Neste texto, com extraordinária, mas não imprevista, continuidade, encontram-se alguns temas fundamentais, de algum modo já antecipados na Exortação Vita consecrata: Cristo, centro da vida de cada cristão,11 a pastoral e a pedagogia da santidade, o seu caráter exigente, a sua medida alta na vida cristã ordinária,12 a exigência difundida de espiritualidade e de oração, vivida especialmente na contemplação e na escuta da Palavra de Deus,13 a incidência insubstituível da vida sacramental,14 a espiritualidade de comunhão15 e o testemunho do Amor que se expressa por meio duma nova fantasia da caridade junto a quem sofre, junto a um mundo ferido e escravo do ódio, assim como no diálogo ecumênico e inter-religioso.16

Os Padres da Plenária, partindo dos elementos já adquiridos pela Exortação Apostólica e postos, pela experiência do Jubileu, frente às necessidades de um renovado compromisso de santidade, evidenciaram os interrogativos e as aspirações que, nas diversas partes do mundo, as pessoas consagradas advertem, resgatando-lhes os aspectos mais relevantes. O escopo deles não foi o de oferecer um ulterior documento doutrinal, mas sim o de ajudar a vida consagrada a entrar nas grandes indicações pastorais do Santo Padre, com o contributo da sua autoridade e do seu serviço carismático em prol da unidade e da missão universal da Igreja. Um dom que se retribui e se leva à prática com a fidelidade ao seguimento de Cristo, segundo os conselhos evangélicos, e com a força da caridade, vivida cotidianamente na comunhão fraterna e numa generosa espiritualidade apostólica.

As Assembléias especiais do Sínodo dos Bispos, de índole continental, que escandiram a preparação para o Jubileu, interessaram-se já pela contextualização eclesial e cultural das aspirações e dos desafios da vida consagrada. Os Padres da Plenária não tiveram a intenção de retomar uma análise da situação. Em forma mais simples, observando o hoje da vida consagrada e sempre atentos às indicações do Santo Padre, convidam os consagrados e as consagradas, em cada um de seus ambientes e culturas, a que se apóiem sobretudo na espiritualidade. A sua reflexão, recolhida nestas páginas, articula-se em quatro partes. Depois de ter reconhecido a riqueza da experiência que a vida consagrada está vivendo atualmente na Igreja, quiseram exprimir a sua gratidão e plena estima pelo que ela é e pelo que ela faz (I Parte). Não se ocultaram as dificuldades, as provas e os desafios aos quais os consagrados e as consagradas estão hoje submetidos, contudo foram estes lidos como uma nova oportunidade para descobrir, de modo mais profundo, o sentido e a qualidade da vida consagrada (II Parte). O apelo mais importante é o de um renovado empenho na vida espiritual, partindo de Cristo no seguimento do Evangelho e vivendo, de modo particular, a espiritualidade da comunhão (III Parte). Finalmente, os Padres quiseram acompanhar as pessoas consagradas pelos caminhos do mundo, por onde encaminhou-se Cristo e onde está presente hoje, onde a Igreja O proclama Salvador do mundo, onde o pulsar trinitário da caridade dilata a comunhão numa renovada missão (IV Parte).



PRIMEIRA PARTE

PRESENÇA DA CARIDADE DE CRISTO
EM MEIO À HUMANIDADE

5. Dirigindo o olhar para a presença e o variado engajamento que consagrados e consagradas levam a todos os campos da vida eclesial e social, os Padres da Plenária quiseram manifestar-lhes sincero apreço, reconhecimento e solidariedade. Este é o sentir de toda a Igreja, que o Papa, dirigindo-se ao Pai, fonte de todo o Bem, assim exprime: «Agradecemo-Vos o dom da vida consagrada, que na fé Vos procura e, na sua missão universal, convida a todos a caminharem para Vós».17 Através de uma existência transfigurada, ela participa da vida da Trindade, confessando-lhe o amor que salva.18

As pessoas consagradas merecem, verdadeiramente, a gratidão da comunidade eclesial: monges e monjas, contemplativos e contemplativas, religiosos e religiosas dedicados às obras de apostolado, membros dos institutos seculares e das sociedades de vida apostólica, eremitas e virgens consagradas. A sua existência dá testemunho de amor a Cristo quando eles se encaminham pelo seu seguimento, tal como este se propõe no Evangelho e, com íntima alegria, assumem o mesmo estilo de vida que Ele escolheu para Si.19 Esta louvável fidelidade, embora não procurando outra aprovação que a do Senhor, «constitui memória viva da forma de existir e atuar de Jesus, como Verbo encarnado face ao Pai e aos irmãos».20

Um caminho no tempo

6. É, precisamente, no simples cotidiano que a vida consagrada cresce, em progressivo amadurecimento, a fim de se tornar anúncio de um modo de viver alternativo aos do mundo e da cultura dominante. Com o estilo de vida e a busca do Absoluto, sugere quase que uma terapia espiritual para os males do nosso tempo. Por isso, no coração da Igreja, representa uma bênção e um motivo de esperança para a vida humana e para a própria vida eclesial.21

Além da presença ativa de novas gerações de pessoas consagradas que tornam viva a presença de Cristo no mundo, bem como o esplendor dos carismas eclesiais, é igualmente significativa, de modo particular, a presença escondida e fecunda de consagrados e consagradas que conhecem a velhice, a solidão, a doença e o sofrimento. Ao serviço que já prestaram e à sabedoria que podem ainda compartilhar com os demais, acrescentam eles a própria e preciosa contribuição, unindo-se com a sua oblação ao Cristo padecente e glorificado, em favor de seu Corpo que é a Igreja (cfr. Cl 1, 24).

7. A vida consagrada prosseguiu, nestes anos, caminhos de aprofundamento, purificação, comunhão e missão. Nas dinâmicas comunitárias intensificaram-se as relações pessoais, tendo-se reforçado, junto a isso, o intercâmbio cultural, reconhecido como benéfico e estimulante para as próprias instituições. Aprecia-se um esforço louvável por encontrar um exercício da autoridade e da obediência mais inspirado no Evangelho que afirma, ilumina, convoca, integra e reconcilia. Na docilidade às indicações do Papa, cresce a sensibilidade aos pedidos dos Pastores e incrementa-se a colaboração formativa e apostólica entre os Institutos.

As relações com toda a comunidade cristã se vão configurando de um modo sempre melhor como intercâmbio de dons na reciprocidade e na complementariedade das vocações eclesiais.22 É, com efeito, nas Igrejas locais que se podem estabelecer aquelas linhas programáticas concretas que permitam ao anúncio de Cristo chegar até as pessoas, plasmar as comunidades, incidir profundamente, através do testemunho dos valores evangélicos, na sociedade e na cultura.23

De meras relações formais, passa-se prazenteiramente a uma fraternidade vivida no recíproco enriquecimento carismático. É um esforço que pode ajudar a todo o Povo de Deus, porquanto a espiritualidade da comunhão confere alma ao aspecto institucional, com um sentido de confiança e abertura que responde plenamente à dignidade e à responsabilidade de cada batizado.24

Para a santidade de todo o Povo de Deus

8. O chamado a seguir a Cristo com uma especial consagração é um dom da Trindade para todo o Povo de eleitos. Vendo no batismo a origem sacramental comum, consagrados e consagradas vão ao encontro dos outros fiéis, para compartilhar a vocação à santidade a ao apostolado. Ao serem sinais desta vocação universal, eles manifestam a missão específica da vida consagrada.25

As pessoas consagradas receberam, para o bem da Igreja, o chamado a uma «nova e especial consagração»,26 que compromete a viver, com amor apaixonado, a forma de vida de Cristo, da Virgem Maria e dos Apóstolos.27 No mundo atual, faz-se urgente um testemunho profético apoiado «sobre a afirmação da primazia de Deus e dos bens futuros, como transparece do seguimento e imitação de Cristo casto, pobre e obediente, votado completamente à glória do Pai e ao amor dos irmãos e irmãs».28

Das pessoas consagradas, expande-se sobre a Igreja um persuasivo convite a considerar o primado da graça e a responder-lhe mediante um generoso compromisso espiritual.29 Não obstante os amplos processos de secularização, os fiéis advertem uma generalizada exigência de espiritualidade, muitas vezes expressa numa renovada carência de oração.30 Os acontecimentos da vida, mesmo corriqueiros, põem-se como interrogativos a serem lidos sob a ótica da conversão. A dedicação dos consagrados ao serviço de uma qualidade evangélica da vida contribui para manter viva, em muitos modos, a prática espiritual em meio ao povo cristão. As comunidades religiosas procuram sempre mais ser lugares para a escuta e a partilha da palavra, para a celebração litúrgica, a pedagogia da oração, o acompanhamento e a direção espiritual. Então, ainda que sem o pretender, a ajuda dada aos outros retorna numa recíproca vantagem.31

Em missão para o Reino

9. À imitação de Jesus, os que Deus chama a seu seguimento são consagrados e enviados ao mundo para continuar-lhe a missão. Antes bem, a própria vida consagrada, sob a ação do Espírito Santo, faz-se missão. Quanto mais os consagrados se deixam conformar com Cristo, tanto mais O tornam presente e operante na história para a salvação dos homens.32 Abertos às necessidades do mundo na perspectiva de Deus, olham para um futuro com sabor de ressurreição, dispostos a seguir o exemplo de Cristo, que veio entre nós para dar a vida, e vida em abundância (cfr. Jo 10, 10).

O zelo pela instauração do Reino de Deus e pela salvação dos irmãos vem assim a constituir a melhor prova de uma doação autenticamente vivida pelas pessoas consagradas. Eis porque cada uma de suas tentativas de renovação traduz-se num novo impulso para a missão evangelizadora.33 Aprendem a escolher com o auxílio de uma formação permanente, caracterizada por intensas experiências espirituais que levam a decisões corajosas.

Nas intervenções dos Padres, durante a Plenária, bem como nas relações apresentadas, suscitou admiração a multiforme atividade missionária dos consagrados e das consagradas.

Percebe-se, de um modo particular, a preciosidade do trabalho apostólico desempenhado, com a generosidade e a peculiar riqueza inerente ao “gênio feminino”, pelas mulheres consagradas. Este merece o maior reconhecimento por parte de todos, pastores e fiéis. Porém, o caminho empreendido se deve ainda aprofundar e ampliar, «é, portanto, urgente realizar alguns passos concretos, começando pela abertura às mulheres de espaços de participação nos vários setores e a todos os níveis, mesmo nos processos de elaboração das decisões».34

Um agradecimento seja dirigido, sobretudo, a quem se encontra na linha de frente. A disponibilidade missionária afirmou-se com uma corajosa expansão em direção aos povos que esperam o primeiro anúncio do Evangelho. Jamais quiçá, como nestes últimos anos, foram conhecidas tantas novas fundações, precisamente em momentos onerados pela dificuldade numérica sofrida pelos Institutos. Procurando, entre as indicações da história, uma resposta para as expectativas da humanidade, o empreendimento e a audácia evangélica impeliram consagrados e consagradas a lugares difíceis até ao risco e ao efetivo sacrifício da vida.35

Com renovada solicitude, muitas pessoas consagradas encontram, no exercício das obras de misericórdia evangélica, enfermos que curar, necessitados de todo o tipo, aflitos por antigas e novas formas de pobreza. Inclusive outros ministérios, como o da educação, recebem deles uma contribuição indispensável que faz amadurecer a fé, através da catequese, ou exercita um verdadeiro apostolado intelectual. Tampouco deixam de sustentar com sacrifício e colaborações sempre mais amplas a voz da Igreja nos meios de comunicação que promovem a transformação social.36 Uma opção convencida e forte levou ao aumento do número de religiosos e religiosas que vivem entre os excluídos. Numa humanidade em movimento, quando tantas pessoas vêem-se obrigadas a emigrar, estes homens e mulheres do Evangelho se dirigem à «fronteira» por amor a Cristo, fazendo-se próximos dos últimos.

Igualmente significativa é a contribuição eminentemente espiritual que as monjas oferecem à evangelização. Tal contribuição é «alma e fermento das iniciativas apostólicas, deixando a quem compete por vocação a participação ativa nas mesmas».37 «Assim a sua vida se torna uma fonte misteriosa de fecundidade apostólica e de bênção para a comunidade cristã e para o mundo inteiro».38

Enfim, é mister recordar que, nestes últimos anos, o Martirológio das testemunhas da fé e do amor na vida consagrada enriqueceu-se ulterior e notavelmente. As situações difíceis exigiram de não poucas entre elas a extrema prova de amor em genuína fidelidade ao Reino. Consagrados a Cristo e ao serviço de seu Reino testemunharam a fidelidade do seguimento até a cruz. Diversas foram as circunstâncias e várias as situações, porém única a causa do martírio: a fidelidade ao Senhor e a seu Evangelho: «pois não é a pena que faz o mártir, mas sim a causa».39
Dóceis ao Espírito

10.Este é um tempo no qual o Espírito irrompe, abrindo novas possibilidades. A dimensão carismática das diversas formas de vida consagrada, embora sempre em processo e jamais terminada, prepara na Igreja, em sinergia com o Paráclito, o advento d'Aquele que é já o futuro da humanidade em caminho. Como Maria Santíssima, a primeira consagrada, gerou a Cristo, pelo poder do Espírito Santo e pelo dom total de si, para redimir a humanidade com uma doação de amor, assim, as pessoas consagradas, perseverando na abertura ao Espírito criador e mantendo-se numa humilde docilidade, são chamadas hoje a apostar na caridade, «frutificando no compromisso dum amor ativo e concreto por cada ser humano».40 Existe um laço particular de vida e dinamismo entre o Espírito Santo e a vida consagrada, por isso as pessoas consagradas devem perseverar na docilidade ao Espírito criador. Ele obra segundo o querer do Pai para o louvor da graça que foi concedida aos consagrados no Filho bem-amado. E é o mesmo Espírito que irradia o esplendor do mistério sobre toda a existência, gasta pelo Reino de Deus e pelo bem de multidões tão carentes quanto abandonadas. Também o futuro da vida consagrada se confia ao dinamismo do Espírito, autor e dispensador dos carismas eclesiais, postos por Ele a serviço da plenitude do conhecimento e da realização do Evangelho de Jesus Cristo.

Fonte Vaticano, (Junho de 2002)