segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tu És o Cristo de Deus Vivo


«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo. E o próprio Cristo anuncia de que fonte provém esta verdade, de que fonte brotou a confissão, sobre a qual doravante se deve construir a Igreja. Cristo diz: «Nem a carne nem o sangue to revelaram, mas o meu Pai que está nos céus» (Mt. 16, 17).

Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». O Pai revelou-lhe em Cristo o Messias: o Seu Filho. O Filho de Deus vivo. E Paulo aceitou interiormente as palavras do Pai «sem consultar nenhum homem», assim como Pedro que ouviu da boca de Cristo: «Não foram a carne nem o sangue quem to revelou».

Deus dá o Seu Filho e ao mesmo tempo Deus revela o Seu Filho primeiramente a Pedro que antes se chamava Simão, e era filho de Jonas e irmão de André, e depois — a seu tempo — a Paulo, que antes se chamava Paulo de Tarso. Graças ao poder desta revelação do Filho por parte do Pai, Pedro, que acreditou e confessou a sua fé, deve ser «pedra». E Eu te digo: Tu és Pedro, «a pedra», e «sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno nada poderão contra ela» (Mt. 16, 18). Graças ao poder da mesma revelação do Filho por parte do Pai, Paulo, que acreditou e confessou a sua fé em Cristo com o mesmo fervor de espírito, com que antes perseguira os confessores de Cristo, devia tornar-se «o instrumento escolhido» para levar o nome do Senhor perante os pagãos (cf. Act. 9, 15).

Como Paulo, poderia escrever de si mesmo Pedro. De cada um deles pode dizer-se que amou de modo particular a manifestação do Senhor. Que ambos O acolheram de todo o coração, que Lhe deram testemunho com toda a vida e com a morte. Deram testemunho não àquilo que «a carne e o sangue» podem revelar ao homem, mas àquilo que «revelou o Pai». A Verdade e o Poder desta Revelação permanecem na Igreja e crescem nela constantemente a partir da raiz da fé de ambos os Apóstolos: Pedro, que é a «pedra», e Paulo, que se tornou o «instrumento escolhido».
E vendo-se a si mesma tal qual é pensando em Pedro, a quem o Senhor chamou «pedra», pede para ter tal força de fé no Filho de Deus vivo — fé revelada pelo Pai — que lhe permita perdurar e desenvolver-se como a Igreja de Deus vivo, e ao mesmo tempo como a «pedra» do mundo e dos homens, no mundo contemporâneo.

Pensando depois em Paulo, a quem o Senhor chamou «instrumento escolhido», a igreja não deixa de pedir para ter tal força de fé em Cristo, que não lhe permita nunca deter-se no cumprimento e no desempenho da sua missão. Pelo contrário, que a «obrigue» cada vez mais a levar Cristo, a toda a parte do globo e a toda a dimensão da existência humana, exactamente como fazia aquele a quem o Senhor chamou «instrumento escolhido».

E por fim a Igreja escuta as palavras que pela primeira vez Pedro ouviu de Cesareia de Filipe: «Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo quanto ligares na terra ficará ligado nos céus, e tudo quanto desligares na terra será desligado nos céus» (Mt. 16, 19). Escutando estas palavras, toda a Igreja pede para ser a serva fiel e vigilante em cada vinda do Senhor, histórica e definitiva, para se preparar a si mesma para esta vinda e preparar a família humana inteira.

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