segunda-feira, 21 de julho de 2008

PRESIDIÁRIAS COMPARTILHAM EXPERIÊNCIA DA JMJ

Assim como os jovens peregrinos, elas descobrem a «lectio divina»

Por Anthony Barich
SYDNEY, sábado, 19 de julho de 2008 (ZENIT.org).- Um monge beneditino britânico, Pe. Laurence Freeman, levou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a uma prisão feminina de Sydney, dirigindo a antiga forma de meditação cristã típica dos monges, a lectio divina, entre presidiárias.
Antes do início da Jornada, a Cruz da JMJ visitou o Centro Penitenciário de Mulheres de Silverwater Women's Correccional, onde há mulheres que seguem esse estilo de oração há 6 anos.
«Os guardas e as autoridades penitenciárias, segundo o capelão, sublinham que as mulheres que fazem essa meditação demonstram uma melhoria real em seu comportamento e em seu estado geral», explica o Pe. Freeman. A lectio divina consiste na leitura orante da Bíblia.
«Com freqüência, falta um pouco de ânimo, pois muitas detidas ficaram traumatizadas ou sofreram abusos, mas depois de algumas sessões de meditação, produz-se o que São Paulo chama de frutos do Espírito: amor, paz, paciência, autocontrole. São experiências interiores, e não tanto algo que pode ver-se externamente.»
O Pe. Freeman afirma que as detentas «estão recebendo uma autêntica assistência e atenção, assim como uma guia espiritual; e nesse contexto, a meditação consegue ter um significado para elas.»
O beneditino pensou, há alguns meses, que, dado que a JMJ envolveria toda a cidade de Sydney, também as detidas deveriam poder ter a possibilidade de experimentar essa mesma obra do Espírito Santo.
«Nós gostaríamos de ter certeza de que elas entrariam em contato com a Jornada – diz ele, explicando o motivo da visita. Enquanto estávamos aqui sentados, em meditação com elas, sentíamos que estávamos no coração da Igreja, que não está necessariamente onde o Papa e os cardeais se encontram fisicamente, e sim também nos pobres, nos que sofrem, nas pessoas esquecidas.»

Momentos de graça
Os jovens também puderam desfrutar das sessões de meditação, baseadas na espiritualidade beneditina.
«A compreensão cristã da meditação consiste em que o Espírito Santo está vivo no centro do nosso ser, do nosso coração, e ser fortalecidos por isso não é somente algo que vem de fora, mas que desperta nosso interior», diz o Pe. Freeman. «Espero que tanto os peregrinos da JMJ quanto as detentas possam experimentar isso.»
A comunidade de meditação cristã ofereceu sessões aos jovens na igreja de Paddington Uniting, na rua Oxford.
Seguindo o convite de Bento XVI a procurar um tempo para a reflexão durante a euforia da jornada juvenil, o cardeal Geroge Pell, arcebispo de Sydney, afirmou que esse centro de meditação cristã poderia ser precisamente aquilo de que os peregrinos precisam.
«Muitas graças tocarão suas vidas nestes dias – disse o purpurado aos peregrinos, em uma visita ao grupo de meditação. Rezo para que as graças da oração contemplativa toquem também nosso coração e o enriqueçam para o resto de nossas vidas.»
«O tempo passado em silêncio no centro da meditação cristã pode ser um momento para que vocês recebam esta graça.»
O Pe. Freeman reconhece que a lectio divina está vivendo um revival, convertendo-se em uma alternativa à moda da meditação budista.

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