Espírito Santo é guia silencioso para a grandeza e a unidade, diz Papa
"A vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”
SYDNEY, domingo, 20 de julho de 2008 (Zenit.org).- Apesar de não ser fácil entender o papel do Espírito Santo na vida de cada um, Bento XVI disse que se pode ter certeza de que o Espírito é um guia silencioso no caminho da unidade e da reconciliação.
As palavras do pontífice ecoaram no hipódromo de Randwick, na noite desse sábado, durante a vigília com os jovens.
O pontífice disse que as palavras de Cristo tomadas como tema da JMJ2008 -- "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas" -- “foram precisamente as últimas que Jesus pronunciou antes da sua ascensão ao céu”.
“O que é que sentiram os Apóstolos ao ouvi-las, podemos apenas imaginá-lo”, disse Bento XVI. “Mas sabemos que o seu amor profundo a Jesus e a confiança que tinham na sua palavra os impeliu a reunirem-se e a aguardarem; não a aguardar sem um objetivo, mas juntos, unidos na oração, com as mulheres e com Maria na sala de cima”.
“Nesta noite, nós fazemos o mesmo. Reunidos diante da nossa Cruz que muito peregrinou e do ícone de Maria, sob o esplendor celeste da constelação do Cruzeiro do Sul, rezamos.”
O pontífice disse que reza pelos jovens de todos os cantos do mundo. “Deixai-vos inspirar pelo exemplo dos vossos Santos Patronos. Acolhei no vosso coração e na vossa mente os sete dons do Espírito Santo. Reconhecei e acreditai na força do Espírito Santo em vossa vida”.
O Papa destacou que não é fácil “conhecer a pessoa do Espírito Santo e a sua presença vivificante na nossa vida”.
Com efeito --prosseguiu--, “a variedade de imagens que encontramos na Escritura relativas ao Espírito Santo – vento, fogo, sopro – são sinal da nossa dificuldade em exprimir uma noção articulada sobre Ele”.
“E todavia sabemos que é o Espírito Santo, silencioso e invisível, quem proporciona orientação e definição ao nosso testemunho sobre Jesus Cristo.”O mundo, disse Bento XVI, “sob muitos aspectos, é frágil”. “A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tornam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito humano acaba quase totalmente esmagado pela exploração e o abuso das pessoas”.
Ele prosseguiu: “a sociedade contemporânea está a sofrer um processo de fragmentação por causa dum modo de pensar que é, por sua natureza, de visão curta, porque transcura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós”.
“Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o quadro inteiro. Ignora aqueles mesmos princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na unidade, na ordem e na harmonia.”
A resposta a esta fragmentação é a unidade, mas o Papa recordou aos peregrinos que “a unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas com os nossos esforços. [...] Somente em Deus e na sua Igreja, podemos encontrar aquela unidade que procuramos”.
E todavia, apesar de vermos as imperfeições e desilusões a nível individual e institucional, às vezes somos tentados a construir artificialmente uma comunidade «perfeita». Não se trata de uma tentação nova. A história da Igreja contém muitos exemplos de tentativas para contornar ou saltar por cima das fraquezas e falimentos humanos a fim de se criar uma unidade perfeita, uma utopia espiritual.
“É o Espírito que guia a Igreja pelo caminho da verdade total e a unifica na comunhão e nos atos do ministério”, disse o Santo Padre. “Infelizmente persiste a tentação de «seguir em frente sozinho»”.
“Alguns falam da sua comunidade local como de algo separado da chamada Igreja institucional, descrevendo a primeira como flexível e aberta ao Espírito e a segunda como rígida e privada do Espírito.”
“Permanecei vigilantes. Procurai saber ouvir”, exortou. “Conseguis vós ouvir, através das dissonâncias e divisões do mundo, a voz concorde da humanidade? Desde a criança abandonada de um campo no Darfur, a um adolescente confuso, a um pai em ânsias numa periferia qualquer, ou talvez neste preciso momento das profundezas do vosso coração eleva-se o mesmo grito humano que anela por um reconhecimento, por uma integração, pela unidade”.
O pontífice recordou aos jovens peregrinos que é Espírito Santo “quem poderá satisfazer este desejo humano essencial de ser alguém, viver imerso na comunhão, ser edificado, ser guiado para a verdade”.
“Esta é a sua função”, prosseguiu, “levar a termo a obra de Cristo. Enriquecidos pelos dons do Espírito, vós tendes a força de ultrapassar as visões parciais, a utopia vã, a precariedade fugaz e oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão”.
“Nesta noite, reunidos aqui sob a beleza deste céu noturno, os nossos corações e as nossas mentes estão repletas de gratidão a Deus pelo grande dom da nossa fé na Trindade”, disse Bento XVI. “Recordamos os nossos pais e avós que caminharam ao nosso lado quando – éramos nós crianças – sustentaram os primeiros passos do nosso caminho de fé”.
“Agora, passados muitos anos, eis-vos aqui reunidos como jovens adultos ao redor do Sucessor de Pedro. Inunda-me uma profunda alegria por estar convosco. Invoquemos o Espírito Santo: é Ele o artífice das obras de Deus. Deixai que os seus dons vos plasmem.”
O Santo Padre afirmou que os peregrinos são “chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte”.
“Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor”, comentou o Papa. “No fim de contas, a vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”.
“Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer abertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimento, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza.”
O pontífice disse que as palavras de Cristo tomadas como tema da JMJ2008 -- "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas" -- “foram precisamente as últimas que Jesus pronunciou antes da sua ascensão ao céu”.
“O que é que sentiram os Apóstolos ao ouvi-las, podemos apenas imaginá-lo”, disse Bento XVI. “Mas sabemos que o seu amor profundo a Jesus e a confiança que tinham na sua palavra os impeliu a reunirem-se e a aguardarem; não a aguardar sem um objetivo, mas juntos, unidos na oração, com as mulheres e com Maria na sala de cima”.
“Nesta noite, nós fazemos o mesmo. Reunidos diante da nossa Cruz que muito peregrinou e do ícone de Maria, sob o esplendor celeste da constelação do Cruzeiro do Sul, rezamos.”
O pontífice disse que reza pelos jovens de todos os cantos do mundo. “Deixai-vos inspirar pelo exemplo dos vossos Santos Patronos. Acolhei no vosso coração e na vossa mente os sete dons do Espírito Santo. Reconhecei e acreditai na força do Espírito Santo em vossa vida”.
O Papa destacou que não é fácil “conhecer a pessoa do Espírito Santo e a sua presença vivificante na nossa vida”.
Com efeito --prosseguiu--, “a variedade de imagens que encontramos na Escritura relativas ao Espírito Santo – vento, fogo, sopro – são sinal da nossa dificuldade em exprimir uma noção articulada sobre Ele”.
“E todavia sabemos que é o Espírito Santo, silencioso e invisível, quem proporciona orientação e definição ao nosso testemunho sobre Jesus Cristo.”O mundo, disse Bento XVI, “sob muitos aspectos, é frágil”. “A unidade da criação de Deus está enfraquecida por feridas que se tornam profundas quando se quebram as relações sociais ou o espírito humano acaba quase totalmente esmagado pela exploração e o abuso das pessoas”.
Ele prosseguiu: “a sociedade contemporânea está a sofrer um processo de fragmentação por causa dum modo de pensar que é, por sua natureza, de visão curta, porque transcura o horizonte inteiro da verdade – da verdade referente a Deus e relativa a nós”.
“Por sua natureza, o relativismo não consegue ver o quadro inteiro. Ignora aqueles mesmos princípios que nos tornam capazes de viver e crescer na unidade, na ordem e na harmonia.”
A resposta a esta fragmentação é a unidade, mas o Papa recordou aos peregrinos que “a unidade e a reconciliação não se podem alcançar apenas com os nossos esforços. [...] Somente em Deus e na sua Igreja, podemos encontrar aquela unidade que procuramos”.
E todavia, apesar de vermos as imperfeições e desilusões a nível individual e institucional, às vezes somos tentados a construir artificialmente uma comunidade «perfeita». Não se trata de uma tentação nova. A história da Igreja contém muitos exemplos de tentativas para contornar ou saltar por cima das fraquezas e falimentos humanos a fim de se criar uma unidade perfeita, uma utopia espiritual.
“É o Espírito que guia a Igreja pelo caminho da verdade total e a unifica na comunhão e nos atos do ministério”, disse o Santo Padre. “Infelizmente persiste a tentação de «seguir em frente sozinho»”.
“Alguns falam da sua comunidade local como de algo separado da chamada Igreja institucional, descrevendo a primeira como flexível e aberta ao Espírito e a segunda como rígida e privada do Espírito.”
“Permanecei vigilantes. Procurai saber ouvir”, exortou. “Conseguis vós ouvir, através das dissonâncias e divisões do mundo, a voz concorde da humanidade? Desde a criança abandonada de um campo no Darfur, a um adolescente confuso, a um pai em ânsias numa periferia qualquer, ou talvez neste preciso momento das profundezas do vosso coração eleva-se o mesmo grito humano que anela por um reconhecimento, por uma integração, pela unidade”.
O pontífice recordou aos jovens peregrinos que é Espírito Santo “quem poderá satisfazer este desejo humano essencial de ser alguém, viver imerso na comunhão, ser edificado, ser guiado para a verdade”.
“Esta é a sua função”, prosseguiu, “levar a termo a obra de Cristo. Enriquecidos pelos dons do Espírito, vós tendes a força de ultrapassar as visões parciais, a utopia vã, a precariedade fugaz e oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão”.
“Nesta noite, reunidos aqui sob a beleza deste céu noturno, os nossos corações e as nossas mentes estão repletas de gratidão a Deus pelo grande dom da nossa fé na Trindade”, disse Bento XVI. “Recordamos os nossos pais e avós que caminharam ao nosso lado quando – éramos nós crianças – sustentaram os primeiros passos do nosso caminho de fé”.
“Agora, passados muitos anos, eis-vos aqui reunidos como jovens adultos ao redor do Sucessor de Pedro. Inunda-me uma profunda alegria por estar convosco. Invoquemos o Espírito Santo: é Ele o artífice das obras de Deus. Deixai que os seus dons vos plasmem.”
O Santo Padre afirmou que os peregrinos são “chamados a exercitar os dons do Espírito nos altos e baixos da vida diária. Fazei com que a vossa fé amadureça através dos vossos estudos, trabalho, desporto, música, arte”.
“Procurai que seja sustentada por meio da oração e alimentada através dos sacramentos, para deste modo se tornar fonte de inspiração e de ajuda para quantos vivem ao vosso redor”, comentou o Papa. “No fim de contas, a vida não é simplesmente acumular, e é muito mais do que ter sucesso”.
“Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir de dentro, permanecer abertos à força do amor de Deus. Acolhendo a força do Espírito Santo, podereis também vós transformar as vossas famílias, as comunidades, as nações. Libertai estes dons. Fazei com que a sabedoria, o entendimento, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza.”
ZP08072009 - 20-07-2008Permalink: http://www.zenit.org/article-19103?l=portuguese
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