quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Dai-lhes vós mesmos comer"


EVANGELHO – Jo 6,1-15

Jesus é o Deus que Se revestiu da nossa humanidade e veio ao nosso encontro para nos revelar o seu amor. O seu projecto – projecto que Ele concretizou em cada palavra e em cada gesto enquanto percorreu, com os seus discípulos, as vilas e aldeias da Palestina – consiste em libertar os homens de tudo aquilo que os oprime e lhes rouba a vida. O nosso texto mostra Jesus atento às necessidades da multidão, empenhado em saciar a fome de vida dos homens, preocupado em apontar-lhes o caminho que conduz da escravidão à liberdade. A atitude de Jesus é, para nós, uma expressão clara do amor e da bondade de um Deus sempre atento às necessidades do seu Povo. Garante-nos que, ao longo do caminho da vida, Deus vai ao nosso lado, atento aos nossos dramas e misérias, empenhado em satisfazer as nossas necessidades, preocupado em dar-nos o “pão” que sacia a nossa fome de vida. A nós, compete-nos abrir o coração ao seu amor e acolher as propostas libertadoras que Ele nos faz.

• A “fome” de pão que a multidão sente e que Jesus quer saciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrer tantos dos nossos irmãos… Os que têm “fome” são aqueles que são explorados e injustiçados e que não conseguem libertar-se; são os que vivem na solidão, sem família, sem amigos e sem amor; são os que têm que deixar a sua terra e enfrentar uma cultura, uma língua, um ambiente estranho para poderem oferecer condições de subsistência à sua família; são os marginalizados, abandonados, segregados por causa da cor da sua pele, por causa do seu estatuto social ou económico, ou por não terem acesso à educação e aos bens culturais de que a maioria desfruta; são as crianças vítimas da violência e da exploração; são as vítimas da economia global, cuja vida dança ao sabor dos interesses das multinacionais; são as vítimas do imperialismo e dos interesses dos grandes do mundo… É a esses e a todos os outros que têm “fome” de vida e de felicidade, que a proposta de Jesus se dirige.

• No nosso Evangelho, Jesus dirige-Se aos seus discípulos e diz-lhes: “dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos de Jesus são convidados a continuar a missão de Jesus e a distribuírem o “pão” que mata a fome de vida, de justiça, de liberdade, de esperança, de felicidade de que os homens sofrem. Depois disto, nenhum discípulo de Jesus pode olhar tranquilamente os seus irmãos com “fome” e dizer que não tem nada com isso… Os discípulos de Jesus são convidados a responsabilizarem-se pela “fome” dos homens e a fazerem tudo o que está ao seu alcance para devolver a vida e a esperança a todos aqueles que vivem na miséria, no sofrimento, no desespero.

• No nosso Evangelho, os discípulos constatam que, recorrendo ao sistema económico vigente, é impossível responder à “fome” dos necessitados. O sistema capitalista vigente – que, quando muito, distribui a conta gotas migalhas da riqueza para adormecer a revolta dos explorados – será sempre um sistema que se apoia na lógica egoísta do lucro e que só cria mais opressão, mais dependência, mais necessidade. Não chega criar melhores programas de assistência social ou programas de rendimento mínimo garantido, ou outros sistemas que apenas perpetuam a injustiça… Os discípulos de Jesus têm de encontrar outros caminhos e de propor ao mundo que adopte outros valores. Quais?

• Jesus propõe algo de realmente novo: propõe uma lógica de partilha. Os discípulos de Jesus são convidados a reconhecer que os bens são um dom de Deus para todos os homens e que pertencem a todos; são convidados a quebrar a lógica do açambarcamento egoísta dos bens e a pôr os dons de Deus ao serviço de todos. Como resultado, não se obtém apenas a saciedade dos que têm fome, mas um novo relacionamento fraterno entre quem dá e quem recebe, feito de reconhecimento e harmonia que enriquece ambos e é o pressuposto de uma nova ordem, de um novo relacionamento entre os homens. É esta a proposta de Deus; e é disto que os discípulos são chamados a dar testemunho.

• Os discípulos de Jesus não podem, contudo, dirigir-se aos irmãos necessitados olhando-os “do alto”, instalados nos seus esquemas de poder e autoridade, usando a caridade como instrumento de apoio aos seus projectos pessoais, ou exigindo algo em troca… Os discípulos de Jesus devem ser um grupo humilde (a “criança” do Evangelho), sem pretensão alguma de poder e de domínio, e que apenas está preocupado em servir os irmãos com “fome”.

• O que resulta da proposta de Jesus é uma humanidade totalmente livre da escravidão dos bens. Os necessitados tornam-se livres porque têm o necessário para viverem uma vida digna e humana; os que repartem os bens libertam-se da lógica egoísta dos bens e da escravidão do dinheiro e descobrem a liberdade do amor e do serviço.

• No final, os discípulos são convidados a recolher os restos, que devem servir para outras “multiplicações”. A tarefa dos discípulos de Jesus é uma tarefa nunca acabada, que deverá recomeçar em qualquer tempo e em qualquer lugar onde haja um irmão “com fome”.

terça-feira, 24 de julho de 2012

ORAÇÃO DA FAMÍLIA

(Gil Celho e família)

Olha, Senhor, uma vez mais sobre cada uma das nossas famílias.
Tu conheces as nossas alegrias e esperanças,
os nossos temores e medos, os nossos dramas e inquietações.
Queremos viver profundamente unidos
acolhendo cada um com as suas diferenças.
A nossa casa precisa ser espaço de acolhimento da tua vontade,
lugar de encontro e de partilha,
albergue para todos os que sofrem e precisam de conforto.
Prepara os nossos corações para viverem o dom e o amor,
a solidariedade e a justiça, para acolherem a tua vontade.
Olha todas as famílias da terra:
aquelas bem constituídas e aquelas que vivem na instabilidade:
aquelas famílias sem pai ou sem mãe
e aquelas que vivem dramas e dores.
Queremos ser o sal da terra, a luz do mundo e o fermento da massa!
Que a Família de Nazaré nos inspire e nos ajude.

Amen.

DEUS É AMOR


Deus é Amor e Misericordioso

Ele é um Deus que sabe tudo a respeito de nós.
Ele é um Deus que nos ama com um amor criativo,
 providente,
amor que perdoa,
amor que cura,
amor que redime.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Our Lady of the Annunciation


Who skims over the mountains,
Watch over us
Stay by our side.
Hope is a good companion.
With you,
we pray to the Lord:
Give us, Lord,
A sensitive and fraternal heart,
Able to listen,
And star over.
Keep us united, Lord,
Around the bread
And the word.
Help us to see
The way to go
On the winding
Paths of this time,
Sown by You and
Redeemed by You.
Teach us
How to make all your
Chrurch missionary,
And make each parish,
Which is the Chrurch
Residing in the houses
Of Your sons and daughters,
One big House,
Open and happy,
An atrium of fraternity,
From which we can
Always see the sky,
And the sky can also
Always see us.

Towards a missionary face
For the Church in Portugal,
Pastoral letter from the Portuguese Episcopal
Conference, 2010

Missionary Exhibition-Fatima
12 May-31 October 2012


May your soul calm


Prayer: From Anam Cara - John O'Donohu

May the light of your soul guide you.
May the light of your soul bless the work
You do with the secret love and warmth of your heart.
May you see in what you do the beauty of your own soul.
May the sacredness of your work bring healing, light and renewal to those
Who work with you and to those who see and receive your work.
May your work never weary you.
May it release within you wellsprings of refreshment, inspiration and excitement.
May you be present in what you do.
May you never become lost in the bland absences.
May the day never burden you.
May dawn find you awake and alert, approaching your new day with dreams,
Possibilities and promises.
May evening find you gracious and fulfilled.
May you go into the night blessed, sheltered and protected.
May your soul calm, console and renew you

quarta-feira, 11 de julho de 2012

ALARGA O ESPAÇO DA TUA TENDA (Is.54,2)

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Alarga o espaço da tua tenda (Is. 54,2)

– Exposição missionária
Sinopse

Com o título "Alarga o espaço da tua tenda", extraído do livro de Isaías, a partir do dia 12 de maio encontra-se patente ao público, na igreja da Santíssima Trindade, uma exposição missionária, organizada pelos Institutos Missionários Ad Gentes, Animadores Missionários Ad Gentes, Obras Missionárias Pontifícias e Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Os conteúdos da exposição foram gizados por uma equipa interdisciplinar que, entre outros, contou com missionários de diferentes institutos (religiosos, religiosas e leigos).

O discurso expositivo pretende que o visitante apreenda, segundo ritmos diversificados, a realidade da Missão, partindo de uma consciência teológica que reflete acerca de como Deus se mostra missionário, lendo a ação missionária enquanto comunicação fontal que deriva da Trindade (núcleo 1: "Deus missionário: a missão é comunicação"). Ainda neste primeiro momento, o visitante é colocado perante os momentos históricos que os cristãos entendem como fundacionais do mandato missionário («Ide, ensinai e batizai»; «Recebei o Espírito Santo»): a Ascensão de Cristo e o Pentecostes.

A partir desta primeira parte, que fornece as coordenadas teológicas e históricas, a exposição abre-se para uma grande praça missionária, povoada por incontáveis figuras que se propuseram a «ir», a «ensinar» e a «batizar». Ali, sem indicações de tempo e de espaço, aparecem, lado a lado, figurações (retratos fotográficos ou representações iconográficas) de muitos missionários, dos mais aos menos conhecidos, de épocas históricas diferenciadas e de contextos geográficos distintos: Paulo de Tarso, Bento de Núrsia, Francisco de Assis, António de Lisboa, João de Brito, Francisco Xavier, António Vieira, Teresinha do Menino Jesus, João Paulo II, Teresa de Calcutá, Lúcia de Jesus, Manuel Teixeira, António de Andrade, António José de Sousa Barroso, José Allamano, Maria das Dores de Sande e Castro, Ana Maria Javouhey, Madalena Gabriela de Canossa, Daniel Comboni, Mary Jane Wilson, Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa, Maria Isabel da Santíssima Trindade, Manuel da Nóbrega. Integram, ainda, esta plêiade incontável as figuras de António da Rocha, José Afonso Moreira e Idalina Gomes, portugueses assassinados em contexto missionário, o primeiro em 1987 e os dois últimos em 2006.

A constituição desta praça (núcleo 2: "Discípulos de Jesus Cristo: missionários ontem, hoje e sempre") pretende ainda que o visitante, ao sentir-se rodeado de missionários – ali dispostos em tamanho natural e com os quais o visitante pode quase dialogar (face a face) – se reveja no meio de uma multidão, na qual também se pode ver espelhado. O grafismo, que nalguns casos veste os missionários com roupagem moderna, e o recurso a outras estratégias cenográficas farão com que os missionários se vejam multiplicados.

Desta praça, o visitante parte para um novo núcleo ("Missão: em todo o tempo e lugar") onde se apresenta o concreto mundo de realizações missionárias no terreno, visualizando, através de um documentário propositadamente feito para a

exposição, as diversas realidades que a missão reveste: assistência espiritual, ensino, assistência social, promoção do outro… A projeção exibe também dados estatísticos relativos à ação missionária dos portugueses no mundo e mostra uma dimensão da atitude missionária no contexto pós-moderno, desfazendo algumas ideias preconcebidas relativamente ao mundo da missão.

O último núcleo é dedicado uma vez mais à interpelação do visitante, levando-o a tomar consciência de que a atitude missionária deriva da condição de batizados. Os objetos colocados neste núcleo ("Alarga o espaço da tua tenda: da fonte batismal para a missão") disso fazem eco: uma pia batismal, um círio, uma vela de batismo, âmbulas dos óleos administrados no batismo, uma concha batismal e uma veste branca. Se alguns destes objetos se encontram intimamente ligados a personalidades conhecidas pela sua ação missionária – a veste de Mary Jane Wilson, mulher ligada a um instituto missionário com ação determinante em Portugal e não só; o círio oferecido pelo Beato João Paulo II ao Santuário de Fátima –, alguns outros pertenceram a pessoas anónimas.

Este núcleo é ainda enquadrado pela carta "Para um rosto missionário da Igreja em Portugal", texto que os bispos portugueses escreveram sobre a missão, no ano de 2010, e prolongado, através do elemento simbólico da água, para um espaço de saída que coloca o visitante em ambiente mariano, estabelecendo ligação ao tema anual do Santuário de Fátima, extraído das Memórias da Irmã Lúcia e que prolonga, numa outra formulação literária, o mandato missionário: «quereis oferecer-vos a Deus?».

O espólio histórico e artístico que integra a exposição pertence ao Museu do Santuário de Fátima, ao Núcleo Museológico Mary Jane Wilson no Funchal, à Paróquia do Arrimal (diocese de Leiria-Fátima) e ao Tesouro-Museu da Sé de Braga e exibe expressões artísticas relacionadas com o mundo da missão.

A exposição, patente ao público todos os dias da semana, entre as 9h00 e as 19h00, encerrará a 31 de outubro de 2012 e será inaugurada pelo cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

Marco Daniel Duarte

Museu do Santuário de Fátima | Comissário da Exposição
Ficha técnica da exposição
Alarga o espaço da tua tenda (Is. 54,2). Exposição missionária
12 de maio de 2012 a 31 de outubro de 2012

Convivium de Santo Agostinho – Igreja da Santíssima Trindade (Santuário de Fátima)

Produção
|

Institutos Missionários Ad Gentes

Animadores Missionários Ad Gentes

Obras Missionárias Pontifícias

Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Conteúdos |

Alberto Silva

António Farias

António Leite

Conceição Pena

João Cláudio Fernandes

Marco Daniel Duarte

Zeferino Policarpo

Comissariado e museologia |

Marco Daniel Duarte

Arquitetura |

M.ª Joana Delgado

Design |

Anna Kudelska

Pesquisa documental |

Ana Rita Santos; Sónia Vazão

Texto e locução de abertura |

Manuel Vilas-Boas

Filme-documentário |

Logomedia – Centro de Produção e Difusão Audiovisual

Espólio artístico |

Museu do Santuário de Fátima (MSF); Núcleo Museológico Mary Jane Wilson no Funchal; Paróquia do Arrimal, diocese de Leiria-Fátima; Tesouro-Museu da Sé de Braga (TMSB)

Tradução |

Traduvarius - Traduções e Edições, Lda.

Fotografia |

Luís Oliveira

Conservação e restauro |

Ana Rita Santos

Luminotecnia |

João Fazendeiro

Coordenação da montagem e manutenção |

Fernando Alves

Execução dos suportes expositivos |

José Mendes

Execução gráfica |

BigBrand

Acolhimento e vigilância |

Serviço de Promoção e Preservação do Ambiente; ANIMAG