A Paixão do Senhor, que não pode tomar-se isoladamente como um fato encerrado em si mesmo, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da Páscoa, só pode compreender-se à luz da Palavra divina. Por isso, a Liturgia começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de S. João, no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.
Na posse do significado salvífico da Paixão, a assembleia cristã sente necessidade de se unir a esse ato sacerdotal de expiação e intercessão. Assim, a Liturgia da Palavra encerrar-se-á com uma solene oração, que abrange a humanidade inteira, pela qual Cristo morreu - uma oração
verdadeiramente missionária.
A Cruz, sinal do amor universal de Deus, símbolo do nosso resgate, domina a segunda parte da Celebração.
Levada processionalmente até ao altar, a cruz é apresentada à veneração de toda a humanidade pecadora, representada pela assembleia cristã. Nela, nós adoramos Jesus Cristo, Aquele que foi suspenso da Cruz, Aquele que foi, que é a "salvação do mundo". É a ele também que exprimimos o nosso reconhecimento, quando beijamos o instrumento da nossa reconciliação.
Depois da contemplação do mistério da Cruz e da adoração de Cristo crucificado, a Liturgia vai-nos introduzir no mais íntimo do Mistério Pascal, vai-nos pôr em contacto com o próprio "Cordeiro Pascal".
Não se celebra hoja a Eucaristia. No entanto, na Comunhão do "Pão que dá a Vida", consagrado em Quinta-feira Santa, somos "batizados" no Sangue de Jesus, somos mergulhados na Sua morte.
Fonte: Evangelizo.org
"Quanto mais falamos, mais tolo fica. É aqui que entra o silêncio. Ouvimos a profundidade de nosso próprio ser, e deste ouvir vem um rico silêncio, o silêncio de Deus, que diz apenas 'Deus' ou 'Eu sou'."
The Springs of Contemplation, Thomas Merton
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