Como quase todos sabem, Portugal é um dos países que deu e continua a dar maior apoio e acolhimento aos timorenses. Ainda há pouco, o Presidente da mais jovem democracia do mundo esteve em Lisboa para receber das mãos do Presidente Jorge Sampaio, o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, que distingue a luta pela liberdade e pela democracia, a defesa da dignidade humana e a solidariedade entre o Norte e o Sul.Eu, como timorense, sinto necessidade de apoiar e ajudar os timorenses que estão aqui a estudar ou a precisar de conseguir documentos. Alguns deles vivem em residências, outros com as famílias, o que é mais fácil para superar as dificuldades inerentes a quem chega a um país que desconhece.Como eu também tenho parentes aqui, foi através deles que iniciei alguns contactos com os jovens do Forte da Casa (Lisboa). No dia 25 de Abril, tivemos um primeiro encontro e, como os participantes gostaram, outros vieram a seguir. O tema escolhido foi “a felicidade”. Por natureza, todos procuramos a felicidade, cada um à sua maneira e como bem entende. Assim, depois, de uma dinâmica, em que cada um explicava aos outros onde e como procurava a felicidade, foram surgindo várias ideias interessantes. O encontro foi bom, pois os jovens partilharam a sua situação actual.Uma coisa de que falaram foi da sua felicidade, tal como uma jovem de Timor se sente feliz quando volta para o seu país, pois apesar de gostarmos de viver aqui em Portugal, gostamos muito de Timor, a nossa terra natal.Como a santidade também é uma forma de felicidade e talvez a maior felicidade, aproveitei para apresentar alguns modelos de santidade. Neste ano em que estamos a celebrar o Ano Jubilar da canonização dos Beatos Arnaldo Janssen e José Freinademetz, falei-lhes um pouco sobre a vida deles e da sua caminhada para a felicidade-santidade. No fim do encontro, escolhemos a equipa responsável e também o nome do grupo: “Sementes de Timor”.
O segundo encontro realizou-se também no Forte da Casa. Fui com dois missionário do Verbo Divino: o Floriano, da Indonésia, e o Tomás, da Índia. O tema foi “Construindo o futuro”! Houve duas perguntas: O que é que ajuda a construir o meu caminho? Que coisas atrapalham ou impedem a sua construção?Descobriram que para construírem um futuro ideal, precisam de ter coragem para enfrentar os desafios. Ter coragem, dizer “não” a coisas ou a valores negativos e dizer “sim” aos valores positivos.Depois destes encontros, reflecti um bocadinho sobre a minha missão aqui em Portugal. Deus enviou-me para Portugal para servir os que necessitem. Entre eles neste momento estão os meus irmãos timorenses. Aberto às situações e urgências da sua época, o Pe. Arnaldo Janssen, nosso Fundador, quis ver-nos inseridas naqueles lugares de missão em que a presença feminina se torne necessária. Onde quer que vivamos e trabalhemos, estamos conscientes de que somos missionárias.
Missão na primeira pessoa Ir. Maria Mendes SSpS 25/07/2003
São João Evangelista, 27/12/2024
Há 16 horas
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