sábado, 27 de agosto de 2011

A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da fonte da água viva."(Ap 21,6-b)


"No centro de nosso ser, existe um ponto como que vazio, intocado pelo pecado e pela ilusão, um ponto de pura verdade, um ponto, uma centelha que pertence inteiramente a Deus... Este pontinho "de nada" e de absoluta pobreza é a pura glória de Deus em nós... É como um diamante puríssimo, a brilhar na luz invisível do céu. Isso existe em todos os homens, e se pudéssemos vê-lo, veríamos esses milhões de pontos de luz a juntar-se na face e no ardor de um sol que faria desaparecer completamente toda a escuridão e toda a crueldade da vida..."

(Thomas Merton, OCSO)

A Oração...

"A Oração"
A oração é algo natural do homem, como falar ou suspirar, ou olhar, ou como latejar do coração enamorado. Na realidade é também uma queixa. Nossa oração não é mais do que estabelecer contacto com Deus. É uma comunicação com Deus e não necessita ser com palavras e nem mesmo com a mente. A gente pode se comunicar com o olhar, com o sorriso ou com os suspiros, ou contemplar o céu, ou beber a água. De fato todos os nossos actos corporais são oração. Nosso corpo formula uma profunda acção de graças em suas entranhas, quando sedento, recebe um copo d’água. Quando, num dia de calor, mergulhamos num rio fresco, toda nossa pele canta o hino de ação de graças ao Criador, ainda que esta seja uma oração irracional, que se faz sem nosso consentimento e às vezes mesmo apesar de nós. O trabalho é uma oração existencial. Deus nos envolve por todas as partes como a atmosfera.
A razão pela qual a gente não costuma experimentar a presença de Deus é porque estamos acostumados a que toda experiência nos venha de fora, e essa experiência é de dentro. Estamos voltados para o exterior, pendentes da sensação de fora e então nos passam inadvertidos os toques e as vozes de dentro. (Thomas Merton)