Fátima: 13 de maio especial lembra beatificação de João Paulo II
Celebração nacional convocada pela Conferência Episcopal Portuguesa
Panoramio.com Estátua de João Paulo II no recinto do Santuário de Fátima
Fátima, Santarém, 12 mai 2011 (Ecclesia) – A peregrinação aniversaria do 13 de maio, em Fátima, tem este ano o caráter de celebração nacional de “ação de graças” pela beatificação de João Paulo II”, “particularmente” ligado ao santuário, por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa.
“Os bispos de Portugal convidam todo o povo de Deus a unir-se em oração agradecida, celebrando a santidade de vida deste Papa, cuja história está muito ligada a Portugal, particularmente a Fátima”, assinalava o comunicado final da última assembleia do episcopado católico do país.
João Paulo II, beatificado pelo seu sucessor no último dia 1 de maio, é recordado em Portugal pela sua ligação a Fátima, reforçada pela intercessão a Nossa Senhora na recuperação do atentado de 1981 e pela beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta, em 2000.
A Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sobre a beatificação do Papa polaco, Karol Wojtyla (1920-2005), divulgada em março, sublinhava essa ligação.
“É considerado o Papa de Fátima, que um ano depois do atentado na Praça de São Pedro, em Roma, a 13 de maio de 1981, veio à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providencialmente sobrevivido”, assinalavam os bispos.
João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatificou os videntes Francisco e Jacinta Marto.
A ida a Roma, em outubro 2000, da imagem original de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, no Jubileu dos Bispos, consagrando-lhe o terceiro milénio, confirmou a ligação do Papa polaco com o santuário da Cova da Iria.
Simbolicamente, a bala que lhe atravessou o abdómen num dia 13 de maio (1981) repousa hoje na mesma imagem da Virgem.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima, não esconde a sua “admiração” por uma figura na qual encontrou “uma energia interior, espiritual, que contagiava, que atraía”, mesmo não crentes.
Karol Wojtyla é, para este prelado, um “modelo para a Igreja que caminha, para uma sociedade que tem problemas”, um homem que “soube perdoar ao seu agressor” [alusão ao atentado contra a vida do Papa, a 13 de maio de 1981].
“Este homem fez cair o Muro de Berlim, soube ver para além dos horizontes finitos das nações e das pessoas. Eu admiro muito este homem”, conclui D. Serafim Ferreira e Silva, que além de ter recebido João Paulo II em Fátima viajou com ele à Polónia, a seu convite, para a inauguração de um santuário.
A peregrinação que hoje se inicia em Fátima vai ser presidida pelo cardeal Sean O’Malley, arcebispo de Boston (EUA), que já presidiu à peregrinação dos migrantes, em agosto de 2007, tendo estado também em Fátima, em maio de 2010, durante a visita de Bento XVI.
O cardeal norte-americano acompanhou as comunidades de emigrantes lusos nos Estados Unidos da América, país onde há mais de duas décadas fundou uma paróquia portuguesa, antes de ser bispo de Fall River, diocese em que metade dos fiéis fala português, à semelhança do próprio Sean O’Malley.
No dia da beatificação do Papa polaco, milhares de pessoas reuniram-se em Fátima, onde uma grande tela deixava uma mensagem ao novo beato da Igreja Católica - «Beato João Paulo II, rogai por nós» - e uma estampa distribuída nas principais entradas do recinto lembrava a oração proferida na sua primeira peregrinação.
OC