A cada grupo é entregue uma personagem deste tempo do Advento.
Num primeiro momento, cada grupo limita-se a reflectir sobre um aspecto dessa personagem, tal como se indica no texto bíblico. Num segundo momento, o grupo realiza a actividade proposta.
1. ISAÍAS
Homem culto natural de Jerusalém. Pelo ano de 740 a.C. foi chamado para ser profeta.
É o maior dos profetas messiânicos, isto é, dos que viria fazer reinar a justiça e a paz sobre terra.
Jesus dá inicio a esse tempo novo de paz, mas a sua realização plena só acontecerá na sua segunda vinda. Até lá, será o mundo em dores de parto para fazer nascer esse mundo novo que sonhamos.
Isaías 11, 1-9
Analisar o texto:
- Qal o perfil que apresenta do Messias que há de vir?
- Com que imagens ele descreve o mundo novo inaugurado por Jesus?
SONHO
Inspirados no texto bíblico, redigi um sonho que seja, de alguma forma, como sonhamos esse mundo novo quando Jesus vier pela segunda vez.
Exemplificando:
- Sonhei que os poderosos eram derrubados dos seus tronos e os humildes exaltados.
- Sonhei que os famintos eram saciados e os ricos deixado de mãos vazias.
- Sonhei que o lobo habitava com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito.
- Sonhei que as crianças brincavam na toca da víbora e esta não lhes faziam mal.
- Sonhei que não havia armas destruidoras em todo o planeta dos homens.
- Sonhei que todos os povos conheciam o Senhor e o louvavam com alegria.
2. João Baptista
Temos conhecimento do seu nascimento e da sua vida através dos Evangelhos (Cf Lc 1,5-25)
O seu papel é muito concreto: preparar os caminhos do Senhor. E designa-se a si próprio como «a voz que clama no deserto». Baptiza os que querem converter-se, mudar de vida, a fim de receberem o Messias que está para chegar.
Quando Jesus chega, João aponta-o como «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo», anunciando que agora o importante é seguir Jesus. E ele retira-se de cena. «Ele é que deve crescer e eu diminuir» (Jo 3, 30).
Evangelho de são Lucas 3,10-17.
Analisar este texto.
- A quem se dirige João neste texto?
- Que propostas concretas de conversão?
Dramatização
Inspirados por este texto, imaginai que João Baptista chega hoje ao nosso mundo, vê a vida que levam os jovens e os adultos. Estes perguntam o que devem fazer e João dá instruções.
Em cena João rodeando de algumas pessoas. Veste uma túnica pobre e tem um cajado.
JOÃO – Preparai os caminhos do Senhor e endireitai as suas veredas! Produzi frutos de sincero arrependimento.
JOVEM 1 – Que devemos fazer?
JOÃO – Quem tem roupas e alimentos a mais, reparta com quem nada tem.
JOVEM 1 – Será tão importante partilhar?
JOÃO – Sim. Hoje e mais que nunca. Vivendo na sociedade da abundância, precisa de aprender a viver sobriamente, pois dois terços da humanidade passam fome.
JOVEM 2 – E nós, que havemos de fazer?
JOÃO – Resisti ao egoísmo e procurai amar-vos uns aos outros.
JOVEM 2 – e o que é amar?
JOÃO – Em vez de procurar definições acerca de amizade, experimentai já hoje amar de todo o coração a todos, especialmente os que vivem convosco.
JOVEM 3 – E nós, que devemos fazer?
JOÃO – Não sejais violentos!
JOVEM 3 – mas nós não utilizamos armas de violência?
JOÃO – Não trazeis armas de guerra. Mas podeis ser violentos com as vossas palavras agressivas, os vossos olhares de rejeição, os vossos gestos orgulhosos.
JOVEM 4 – Que sinal para mostrar que queremos mudar a vida?
JOÃO – Eu como sinal da vossa conversão irei baptizar-vos em água. Mas depois de mim virá quem vos baptizará na água e no Espírito.
3. O ANJO GABRIEL
No advento são narradas duas intervenções de Gabriel. É o anjo das boas notícias, o mensageiro de deus que anuncia a salvação.
A primeira é a anunciação a Zacarias, pai de João Baptista: (Cf Lc 1,11-20)
Na segunda, a anunciação a Nossa Senhora: ( Cf. Lc 1,26-38)
Analisar os textos:
-Ler atentamente estas duas anunciações, verificando as diferenças entre elas: a cena, as personagens, a acção.
- Verificar a intenção de S. Lucas ao apresentar estas diferenças.
Texto
Redigir numa cartolina duas colunas que sirvam para explicar estas diferenças e qual a razão das mesmas.
Exemplificando:
1.ª Coluna
- A anunciação a Zacarias acontece no Templo: pertence ao Antigo Testamento.
- Aquele que irá nascer virá preparar o caminho do Senhor
- Zacarias não tem fé firme e, como castigo, vai ficar mudo.
- Isabel é já uma mulher idosa.
2ª Coluna: Anunciação a Maria
- Anunciação a Maria acontece na sua casa de Nazaré, na Galileia.
- Aquele que irá nascer é o Filho do Altíssimo. Será o Messias, descendente de David.
- Maria tem uma fé confiante, exclamando: “Eis a serva do Senhor!»
- Maria era uma jovem desposada com José
Estas e outras diferenças pretendem afirmar que João é apenas o Precursor enquanto Jesus é o Messias.
4. JOSÉ
José foi um homem bom escolhido por Deus para ser o esposo de Maria e pai adoptivo de Jesus. A escritura fala pouco dele. São Lucas diz simplesmente que Maria era «uma virgem desposada com um homem chamado José, de casa de David» (Lc 1,27).
Podemos imaginar um pouco da sua vida a partir de outros textos, sobretudo de S. Mateus.
- Analisar esta entrevista - ficção e tentar perceber os sentimentos de José.
- Ensaiar a entrevista – ficção de uma forma atraente.
ENTREVISTA- FICÇÃO
O entrevistador vai entrevistar José que se encontra na sua oficina de carpinteiro, na casa da Nazaré.
José, Lucas diz que pertence à casa de David. É então descendente de uma família real?
Sim, pertenço à casa de David. Mas não julguei com isso que sou um príncipe de sangue azul. Sou um jovem do povo. Vivo a vida simples de qualquer judeu. Os reis e os príncipes estão nos palácios, e eu estou aqui nesta oficina de carpinteiro.
Esperaste alguma vez ser protagonista da vinda deste Messias?
Eu, apoiado nas palavras dos profetas, sobretudo de Isaías, aguardei com expectativa a vinda de um novo rei que faça surgir de novo o povo de Israel como um povo que ama a Deus e ama o próximo. Esta é a lei que foi dada a Moisés, mas o povo foi-se desviando, e agora apenas um pequeno grupo de judeus crentes está vigilante à espera que se realizem as promessas de Deus. Eu pertencia a esse grupo.
Quer contar-nos como é que se desposou com Maria?
Eu, a um certo momento, tornei-me noiva de uma jovem de Nazaré é chamada Maria. Segundo a lei, assumi com ela o compromisso matrimonial. Passamos a chamar-nos esposos. Éramos, de facto, marido e mulher. Mas era costume entre os judeus celebrar as bodas apenas uns meses depois ou um ano. Enquanto não se celebrassem as bodas, os esposos viviam, separados. Assim aconteceu connosco. Quando chegava a bola, com grandes festas que culminavam com a ceia da boda, só então o noivo levava a prometida para a sua própria casa, dando início à vida matrimonial.
São Mateus diz que Maria apareceu grávida antes de coabitarem, antes de estarem juntos. Que se passou?
De facto, aconteceu algo estranho que me pôs em crise. Eu via que ela, antes de nos juntarmos, apareceu grávida.
Eu, perante a lei, não podia dar o meu nome a uma criança cujo pai desconhecia. Isso era o que dizia a lei.
Também, segundo a lei, sabia que uma jovem que tivesse cometido adultério teria como castigo ser morta à pedrada.
Mas, ao mesmo tempo, estava convencido da virtude da Maria e suspeitava que estava perante um mistério.
Um dilema dentro de mim: a lei rigorosa e, ao mesmo tempo, a convicção íntima de que acontecia o mistério: a vinda do Messias.
Estava escrito que uma virgem daria à luz uma criança que seria o enviado de Deus.
E que fez?
Andava eu a pensar no que deveria fazer quando me apareceu em sonhos um anjo que me disse: «José, ilhó de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito santo. Ela dará à luz um Filho, ao qual darás no nome de Jesus».
E, de facto, as coisas aconteceram assim. O resto já sabeis.
Foste com Maria a Belém, por ser descendente de David, a fim de se recensearem. E foi aí que Maria deu à luz. Que mais te impressionou durante esses dias do nascimento de Jesus?
Enquanto Maria, com o menino ao colo, tudo observava e meditava em seu coração naquilo que via, eu fazia para que nada lhes faltasse.
Mas fiquei, de modo especial, maravilhado por terem sido as pessoas simples, os pastores, os primeiros a contemplar o Menino. Nas estalagens não havia lugar para nós, o rei Herodes pensa no poder e em matar o Menino, muita gente estava distraída com o que se passava. E uns pobres pastores vieram cheios de alegria oferecer os seus presentes.
E depois foi a fuga para o Egipto e, passado algum tempo, o regresso.
Exactamente. Depois de ter sido informado da morte do rei Herodes, fiz com Maria e o Menino a caminhada que fez outra o povo de Israel, quando da sua saída do Egipto para entrar na terra prometida. Jesus, o novo Moisés.
Para concluir, como é que se comporta Jesus aqui em Nazaré?
Para já, é uma criança como as outras. Frequente a sinagoga para aprender as primeiras letras e escutar a explicação das Escrituras. Brinca com os companheiros. Ajuda a mãe e também a mim naquilo que pode. É uma criança obediente. E vejo que as pessoas aqui de Nazaré gostam cada vez mais dele. Ao crescer de idade, cresce também em sabedoria e santidade.
Obrigada, José, pelas suas palavras.
5. MARIA
Maria está presente em todo o advento. Ela viveu o seu advento esperando pelo seu Filho com inefável amor.
Narra-se a anunciação: a Virgem do Sim.
Narra-se a Visitação: a Virgem portadora de Jesus no seu ventre que vai levar a notícia a Isabel.
Narra-se o seu cântico de Magníficat: Maria orante que louva o Senhor.
Evangelho de S. Lucas 1, 46-55
- Dialogar a partir deste cântico. Notar como se divide em duas partes: Maria e deus.
1.ª parte: Maria. Eu louvo o Senhor, chamar-me-ão bem-aventurada, fez em mim maravilhas…
2. ª parte: Deus. A sua grande misericórdia, o poder do seu braço, o cumprimento das suas promessas…
Expressão corporal
Ensaiar o «Magnificat» em expressão corporal.
A música pode ser cantada por um grupo, pela assembleia ou em gravação.
Podem vestir túnicas brancas apropriadas.
PLENÁRIO
Fonte: Catequese Activa, um dia com adolescentes, (Pedrosa Perreira)