Conclusões
Marcados pelo dinamismo do Ano Sacerdotal, a recente visita do Papa Bento XVI a Portugal e pela publicação da Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”, reuniram-se, em Fátima, entre os dias 17 a 19 Setembro, aproximadamente 450 pessoas, oriundas de quase todas as dioceses, institutos missionários e movimentos de Portugal, para celebrar as Jornadas Missionárias e aprofundar o tema: Espírito Santo e Missão.
O Espírito Santo é o primeiro agente da Missão. É Ele que dinamiza a comunhão entre Deus e a humanidade, entre o evangelizador e o evangelizado. O Espírito assegura a continuidade da Missão do Pai, que envia o seu Filho, e de Jesus, que envia os seus discípulos. A História está cheia de exemplos que manifestam a acção do Espírito: o dinamismo missionário da Igreja nascente, o testemunho dos mártires e dos consagrados, os diversos movimentos evangelizadores ao longo da história. O tempo presente está grávido de sinais da acção do Espírito. Destes, destacamos, em Portugal, a Missão 2010 no Porto e o voluntariado missionário. No mundo, realçamos a preocupação da ONU pelo apoio à cooperação e a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, em 2015.
S. Lucas apresenta-nos a missão como uma necessidade teológica ao lado das afirmações centrais da fé: Cristo tinha de sofrer, ressuscitar e ser anunciado a todos os povos (Lc 24,44-47). Os discípulos são enviados (“Ide”) a ir ao encontro das pessoas (Lc 10,3) e não a esperar passivamente que elas venham ter com eles. A Igreja, com o seu testemunho evangélico, é como uma luz que brilha para os que estão fora e os leva a entrar (Lc 8,16). Maria e Paulo são, para Lucas, os dois ícones de evangelizadores que anunciam livre e jubilosamente a boa nova de Jesus.
O sujeito da Missão é a Igreja local. O bispo, os párocos, os consagrados e os leigos devem ser os grandes promotores da dimensão missionária da Igreja. As preocupações com a pastoral e a diminuição dos sacerdotes dificultam a comunhão e a abertura à Missão ad gentes. Há o perigo de se esquecer que a Igreja é, por essência e vocação, missionária. Por isso, a Igreja local deve criar dinamismos internos e formativos que manifestem melhor a sua natureza missionária.
Por isso, nós, participantes nestas Jornadas Missionárias, decidimos:
1. Agradecer à Conferência Episcopal a publicação da Carta Pastoral “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”, em Junho de 2010, no seguimento do que foi pedido pelo Congresso Missionário de 2008;
2. Saudar a iniciativa do caminho sinodal “Repensar juntos a Pastoral da Igreja em Portugal ” e sugerir que se tenha em consideração a carta pastoral sobre a Missão;
3. Pedir às Dioceses e Paróquias que promovam as estruturas dinamizadoras da Missão, previstas na carta pastoral: Centros Missionários Diocesanos e Grupos Missionários Paroquiais;
4. Fomentar, na Igreja, iniciativas de formação que levem à experiência do encontro com Cristo vivo e formem discípulos fiéis e missionários apaixonados.
5. Promover, junto dos seminaristas e dos sacerdotes diocesanos, formação e experiências missionárias em Igrejas irmãs de outros países. Incentivar os Institutos Missionários e as Obras Missionárias Pontifícias a facilitar estas experiências e a formação missionária ad gentes.
6. Animar os institutos missionários a integrarem-se na dinâmica pastoral da Igreja local, com a riqueza dos seus carismas, procurando metodologias de acção renovadas.
7. Estimular a alegria e a generosidade dos leigos, especialmente dos jovens, que todos os anos, e cada vez em maior número, doam um pouco da sua vida ao mundo missionário.
8. Apoiar a iniciativa da Rede Fé e Desenvolvimento, coordenada pela FEC, em promover a oração e o acompanhamento da Cimeira da ONU sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, de 20 a 22 de Setembro de 2010, em Nova Iorque.
As próximas Jornadas Missionárias acontecerão, em Fátima, nos dias 16, 17 e 18 de Setembro de 2011.
Fátima, 19 de Setembro de 2010
Os participantes